Antigo chefe da Fiscalização do Distrito da Cidade Universitária usado como novo “testa de ferro” do Comandante de Luanda

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O antigo chefe da Fiscalização do Distrito Urbano da Cidade Universitária, no município do Talatona, em Luanda, Sebastião Fernando Manuel António, hoje, subinspetor da Polícia Nacional está a ser acusado de ser o novo “testa de ferro” de altas patentes da Polícia Nacional, com realce para o ex-comandante municipal, Joaquim do Rosário, com vista a preservar os terrenos ocupados, que as camponesas alegam ser sua propriedade.

Após a saída do subcomissário Joaquim Dadinho do Rosário, exonerado recentemente do cargo de comandante do Talatona, fontes deste portal avançam que, antes de deixar o posto, Joaquim do Rosário apresentou o seu “homem do campo e de confiança” sub-inspector Sebastião Fernando Manuel António ao comandante Provincial de Luanda, comissário-chefe, Francisco Ribas, com o objectivo de preservar os seus interesses nos terrenos por ele retirados das mãos das camponesas.

Sebastião Fernando António tinha sido expulso da corporação no âmbito do processo que envolveu o antigo comandante de Luanda, Quim Ribeiro e, na altura tinha a patente de inspector da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC), actualmente Serviço de Investigação Criminal (SIC).

No processo do Quim Ribeiro, o sub-inspector Sebastião António foi arrolado, devido a práticas de crimes de burla, pois recebia dinheiro de cidadãos com a garantia do seu enquadramento na Polícia Nacional, bem como em actos de usurpação de terrenos na área do “11 de Novembro”, no município de Belas, em Luanda.

Com a subida do subcomissário Joaquim Dadinho do Rosário no Comando Municipal do Talatona, e usando da influência, Joaquim do Rosário propôs ao então administrador do Distrito Urbano da Cidade Universitária, Antunes Huambo, que Sebastião Fernando António fosse nomeado chefe da Fiscalização da Administração do referido Distrito como trabalhador civil e seu “homem de campo”.

Anos depois, Joaquim do Rosário, usando mais uma vez, da sua influência junto do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional (CPPN), propôs o reenquadramento com a mesma patente do efectivo expulso, Sebastião Fernando António, que de lá para cá, tem liderado as acções de ocupações de terrenos que as camponesas alegam ser sua propriedade.

Na semana passada, o inspector-chefe Sebastião Fernando António, chefiou um grupo de efectivos, que no terreno em litígio e, segundo o porta-voz das camponesas, Daniel Neto, os agentes usaram novamente actos de agressão que culminaram com o lançamento de gás lacrimogêneo contra as senhoras.

O director-geral da empresa “Konda Marta” referiu que, como consequência da violência policial, “várias camponesas ficaram feridas e intoxicadas, e estão internadas nas unidades sanitárias da capital”.

“Agora é o elo de ligação que o subcomissário Joaquim do Rosário apresentou ao seu superior hierárquico, o comissário-chefe, Francisco Ribas, comandante da polícia em Luanda”, segundo o também tenente coronel “para preservar os seus interesses”.

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