Tribunal proíbe divulgação das declarações de Zé Maria que confrontam Fernando Miala

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“Miala não é meu chefe e nunca será, mas o contrário sempre será” disse general José Maria, quando lhe foi dada a palavra no momento das alegações finais, no julgamento em que o Ministério Público pediu a condenação do antigo chefe do serviço de informação militar, General António José Maria por desvio de documentos secretos e insubordinação.

Por Radio Angola

Segundo o portal “O Decreto”, ao intervir naquele tribunal, Zé Maria revelou as tensões existentes entre os dois que remontam a 2006 quando o general Miala foi demitido enquanto chefe dos Serviços de Inteligência Externa e mais tarde, em 2007, condenado por desobediência, onde esteve preso mais de dois anos.

Ao falar naquele tribunal, Zé Maria revelou as tensões existentes entre os dois que remontam a 2006 quando o general Miala foi demitido enquanto chefe dos Serviços de Inteligência Externa e mais tarde, em 2007, condenado por desobediência, onde esteve preso mais de dois anos.

Maria disse que a sua secretária o tinha informado que “ o chefe Miala” queria fala com ele: “Chefe para ela, não é para mim, porque o Miala nunca vai ser em circunstância nenhuma meu chefe. O contrário é que foi sempre”, afirmou o general que acrescentou que poderia ter-se recusado a falar com Miala.

Entretanto, para Zé Maria, este julgamento é fruto de manobras montadas pelo Fernando Garcia Miala: “eu fui exonerado e mandado para reforma, porquê é que só 15 meses depois é que foi levantado o assunto dos documentos que levei?” questionou.

“porquê que o Miala não está aqui? Foi o Miala quem formulou a acusação e é o Miala que fez o acordão” disse.

A este respeito Zé Maria alertou que não falava com o actual chefe da espionagem angolana “há mais de dois anos” e que, aquando do funeral de um irmão do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, “ele bem tentou falar comigo e eu passei por ele”.

“Quando me disseram que o Presidente queria transmitir-me uma ordem eu estive com ele”, disse e interrogou, mas “que insubordinação?”.

Contudo disse que “ninguém deve executar nada sem título” e o Presidente João Lourenço não tinha emitido qualquer ordem por escrito.

“O Sr. Presidente quando não emite uma ordem proporciona que efectivamente se passe a uma acção ilícita e de uma posição ilícita não se poder chegar a uma posição lícita”, argumentou Zé Maria, para quem “quem falhou primeiro foi o Presidente”, acrescentando que “se o Presidente falhou não me imputem a falha dele”.

“Se eu não tivesse respeitado o Presidente João Lourenço não falava com o Miala”, lembrou o general que disse, em relação ao seu sucessor que “eu nunca deveria ter falado com ele”.

O general José Maria ainda contou que “dois ou três dias “depois da conversa com Miala recebeu um intimação da procuradoria militar “a dizer que me tinha insubordinado” e depois também “uma pronúncia”, sem que lhe tivesse sido dada a oportunidade de dizer o que se tinha passado.

“Houve apenas uma transmissão verbal”, sublinhou, não havendo qualquer prova de que tivessem decorrido 48 horas.

Momentos depois da sua intervenção um oficial de justiça convidou os jornalistas para os notificar que por orientações superiores os jornalistas não deviam divulgar o áudio em anexo no portal “O Decreto”.

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