“Os médicos avisaram, ninguém nos ouviu”, fala sindicalista sobre saúde em Angola

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Por António Cassoma | Correio da Kianda

O presidente do Sindicato dos Médicos de Angola, Adriano Manuel, denunciou, nesta quinta-feira, 13, nas redes sociais, que alertou o Governo para que tomasse uma atitude, a fim de prevenir as enchentes que se observam nos hospitais de Luanda, devido doenças agravadas pelos amontoados de lixo na capital.

“Nós avisamos ninguém nos ouviu, agora está aí. Vão às salas de urgências e às morgues observar a ‘pouca vergonha’ deste Governo. Vão aos hospitais públicos, vão ao Capalanga, Hospital Municipal de Cacuaco, Talatona, Mãe Jacinta, Hospital Américo Boavida, Maria Pia, observar o número de doentes na urgência e as mortes no Maria Pia”, alertou e convidou o chefe de Estado a visitar os hospitais:

”Camarada Presidente, vai visitar as morgues de Luanda para observar o grande trabalho do seu Governo, as nossas famílias a morrerem que nem animais”, disse.
O médico, pediatra de profissão, disse que o aumento expressivo de casos de malária, diarreia, febre tifóide, febre amarela, dengue, chikungunya, maculo, dentre outras, é o que tem se verificado nos últimos dias em todas as unidades hospitalares de Luanda.

Segundo o sindicalista, o actual momento está a obrigar maior esforço dos profissionais de saúde, “somos nós, profissionais de saúde, que pagamos com muito trabalho, sem descansar, com toda carga psicológica, com doenças, prejudicando nossas famílias, nossos filhos”, sublinhou.

De acordo com o médico, avisos é que nunca faltaram e convida ainda os jornalistas da RNA, Jornal de Angola, TPA, TV ZIMBO, e das Edições Novembro, órgãos pertencentes ao Governo, a irem para as morgues observar o amontoado de mortos.
“Nós avisamos. Os médicos avisaram, ninguém nos ouviu. Agora está aí o resultado: doentes amontoadas, transfusões sanguíneas feitas no chão, falta de medicamentos e recursos humanos”, denunciou.

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