Milhares de famílias desalojadas por demolições aguardam há anos por promessas do governo angolano

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Milhares de pessoas cujas casas foram demolidas pelas autoridades em zonas de Luanda continuam à espera em condições precárias de serem realojadas como prometido. A chuva está de volta e com ela aumenta também o sofrimento dessas comunidades.

Os anos passam e nada: São exemplos os antigos moradores da Areia Branca, na Samba que se concentraram no Povoado em 2013, dez anos depois, não são realojados, os moradores do Kassaka dois no Zango que há oito anos convivem com ratazanas, cobras e outros bichos e que também permanecem no mesmo lugar.

No Zango 1 estão os antigos moradores da Ilha de Luanda que em 2009, foram levados para um descampado para três meses, ja se passaram 14 anos.

Os antigos moradores da Areia Branca mantêm se na Samba, , mantém-se no Povoado entre águas paradas e lixo,

Os antigos moradores do Zango 3, foram levados ha oito anos, para um descampado entre o Zango 4 e o Calumbo, ja receberam inúmeras promessas dos vários administradores de serem realojados mas hoje continuam no mesmo lugar, no bairro chamado Kassaka dois

Um residente que deu o seu nome como Fragoso que os habitantes vivem “em bate-chapas”.

“O sofrimento não acaba, não há nada pra comer, quando chove é um rio, mata, arrasta as cabanas, aparecem ratazanas e cobras nas cabanas”, disse.

“O senhor administrador de Viana nos prometeu que seriamos realojados e até hoje nem agua vai nem água vem”, disse

“Por isso mesmo na próxima Terça-Feira nós vamos ter com o senhor Manuel Homem, se o governador não nos receber vamos pedir audiência ao Presidente da República”, disse.

No bairro do Povoado na Samba, estão mais de trezentas famílias que ha dez anos foram retiradas do bairro da Areia Branca e hoje vivem praticamente em cima do lixo, diz Talita Miguel coordenadora dos moradores locais.

“Todos vivem nos arredores o lixo é depositado aqui na comunidade, a tuberculose é a doença que vai dizimando as pessoas porque o lixo e fezes do Catambor, do Prenda vem parar aqui”, disse.

“A Administração daqui diz que está a tentar resolver o nosso problema mas nós não sabemos quando, as chuvas estão de volta e a situação agrava-se”, acrescentou.

André Augusto da associação Acção Iniciativas Colectivas e Individuais das Comunidades diz existir casas fechadas, falta apenas boa vontade.

“O governo angolano construiu várias casas aqui em Luanda e grande parte delas encontram-se desabitadas enquanto o povo sofre a viver em cima do lixo”, disse.

“Com o regresso das chuvas voltamos a pressionar as autoridades, para tirar estas pessoas desta situação”, afirmou.

Quem também diz trabalhar junto às autoridades é a SOS Habitat, o seu líder Rafael Morais acusa o executivo de viver de promessas.

“As comunidades clamam há bastante tempo, pelos seus direitos, recebem inúmeras promessas do governo, nós SOS Habitat temos tido encontros com as autoridades mas infelizmente passam 10, 15, anos as soluções não aparecem.”, disse

Nós tentamos para uns casos contactar o administrador de Viana, não fomos bem sucedidos, tentativas para ouvir igualmente a administração da Kinanga também fracassaram.

VOA

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