Líder da IURD em Angola esclarece que aderiu à vasectomia voluntariamente
O actual líder da IURD em Angola, Alberto Segunda, explicou ao tribunal que fez o processo de vasectomia na Costa do Marfim e que aderiu à prática sem nenhuma pressão de qualquer líder da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola.
Na sessão de julgamento desta sexta-feira, 28, o juiz da causa perguntou sobre o local onde tem passado os cultos um tempo a esta parte, Alberto Segunda, respondeu que as igrejas estão encerradas por decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) “e como alternativa usa a ‘internet’ para pregar a palavra de Deus aos fiéis que há muito não ouvem a mensagem de Cristo”.
O bispo Alberto Segunda definiu “Fogueira Santa” como sendo um ponto alto “com a nossa aliança com Deus”.
Ao tribunal, explicou que se tornou bispo da IURD em Angola no dia 17 de Janeiro do ano passado e em Maio do mesmo ano foi consagrado a presbítero geral da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola pelo seu líder mundial, Edir Macedo, no Brasil.
Ao juiz da causa, o líder da IURD em Angola disse que está sempre disponível ao diálogo para se ultrapassar os conflitos na sua congregação.
Na audiência de sexta-feira, 28, foram ouvidas testemunhas arroladas no processo, que em tribunal “juraram falar a verdade” e argumentaram que, antes de se tornarem pastores, já ouviram falar da prática de vasectomia na Igreja Universal do Reino de Deus em Angola e que muitos deles fizeram de forma voluntária.
Perguntados pela defesa se tinham uma meta na actividade da “Fogueira Santa”, responderam que não, afirmando que o processo variava de acordo o momento. “A palavra meta foi uma criação de alguns pastores que se mostravam que trabalham mais do que os outros, nunca foi uma orientação da direção da igreja”, esclareceu uma das testemunhas.
Questionada se em algum momento, Dulce Mateus, na data dos factos directora financeira da TV Record Angola, a instituição recebia orientações de um bispo, respondeu que não. “A única orientação era exclusivamente do meu chefe, Fernando Teixeira, na altura director da estação televisiva e nenhum bispo administrou a rede TV Record Angola”, respondeu.
Foi igualmente interrogada sobre as empresas que mais pagavam à TV Record Angola, esclareceu que foram o grupo ZARA, a empresa de telefonia móvel UNITEL, a empresa DELOIT e a IURD em Angola com os seus programas religiosos emitidos à meia-noite. “Estas empresas pagavam à televisão através de um acordo comercial”, concluiu.
No fim da sessão desta sexta-feira, o juiz da causa Tutre António aconselhou aos queixosos como as vítimas a se unirem sem mágoas em quanto é cedo: “Vocês filhos de Deus que têm a missão se salvar almas, devem ultrapassar os conflitos, porque o tribunal vai fazer a sua parte e se vocês não se reconciliarem, as almas estarão perdidas no mundo do álcool, prostituição, drogas e podem mesmo irem outras igrejas”.
Na audiência de sexta-feira, 28, ficou marcada com ausência do advogado de acusação, David Mendes e do arguido Honorilton Gonçalves, que se encontra em tratamento médico no Brasil.
O julgamento retoma no próximo dia 17 de Fevereiro do ano em curso com a leitura dos quesitos.