BODIVA: Rafael Marques aconselha demissão da filha do Presidente João Lourenço

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A nomeação de Cristina Dias Lourenço, filha do Presidente da República para o cargo de administradora executiva da Bolsa de Valores de Angola (BODIVA), uma entidade de capitais público, tem sido assunto de fortes críticas por vários círculos sociais do país.

As críticas começaram a surgir depois de ter sido publicado pelo jornal português “Jornal de Negócios”, que estampa na sua capa, da edição de 18 de Agosto, a matéria com o título “A nomeação da filha que fragiliza Lourenço”.

“Cristina Dias Lourenço, filha do actual presidente, é administradora executiva da Bolsa de Valores de Angola, uma entidade de capitais públicos. Esta opção vulnerabiliza João Lourenço e dá armas aos seus detractores”, lê-se na publicação do referido jornal.

Em reacção ao assunto, entrevistado pela Lusa, o jornalista Rafael Marques considerou a nomeação da filha do presidente para um cargo público como “uma distracção evitável e corrigível”, referindo que o processo, que não considerou nepotismo, “é desaconselhável”.

“Primeiro, é preciso esclarecer que não é uma nomeação feita pelo presidente, aliás, a filha de João Lourenço, já antes de ele ser presidente, exercia uma função no Ministério das Finanças. Mas do ponto de vista da opinião pública, seria de todo aconselhável que a ministra das Finanças, responsável pela nomeação, não a fizesse”, disse, Rafael Marques, em declarações à Lusa.

Para o activista, que entende que o cargo “não trará mais-valia à BODIVA ou à carreira da filha do Presidente da República angolano”, o ideal era Cristina Dias Lourenço “demitir-se do cargo para salvaguardar a imagem do pai”, João Lourenço.

“O problema resolve-se e ela [Cristina Dias Lourenço], até para salvaguardar a imagem do pai, pode apresentar a título pessoal a sua demissão”, defendeu.

Já, para Salvador Freire, líder da organização não-governamental, Mãos Livres, citado pela DW, a nomeação de Cristina Dias Lourenço para o cargo de administradora da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) configura um acto de nepotismo.

“Isto configura-se como nepotismo, portanto, não pode, de forma nenhuma, a filha do Presidente da República ocupar responsabilidade que hoje ocupa. Isto, para além de nepotismo, é tráfico de influência. Faz com que venha beliscando a boa governação, a transparência”, afirmou Salvador Freire, numa das publicações da DW, que cita a Lusa.

Cristina Giovana Dias Lourenço, filha do presidente João Lourenço, foi nomeada, em Março, pela ministra das Finanças para o cargo de administradora executiva da BODIVA.

No despacho n.º2260/20, de 05 de Maio, o Ministério das Finanças confirmou a dispensa de Cristina Lourenço, onde é técnica superior de 2.ª classe, para dirigir os departamentos de Finanças e Património e de Comunicação e Intercâmbio da Bolsa angolana.

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