Apanhado em adultério: Agente da Polícia morto a pancada pela “turma do apito” no Bocoio

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Um agente da Polícia Nacional (PN) destacado no município do Bocoio, província de Benguela, foi espancado até a morte, por supostos elementos afectos à conhecida “turma do apito”, uma organização civil criada pelas autoridades locais, com vista a dar respostas a determinados conflitos nas comunidades.

Pinto Muxima|Bocoio

A vítima (efectivo da polícia) respondia pelo nome de Emílio Katangui Basto, 54 anos, após ter sido alegadamente encontrado a envolver-se sexualmente com uma mulher que não sua.

“A vítima foi encontrada em flagrante delito a envolver-se sexualmente com uma mulher que pertence a outro homem”, disse uma testemunha.

O facto aconteceu na noite de quinta-feira, 14, quando o agente da Polícia Nacional, Emílio Katangui foi convidado pelo seu amigo que responde pelo nome de Jacob Sã “para irem se divertir na sua casa arrendada com o propósito de passarem a noite com as namoradas”, contou outra testemunha.

Ao que consta, Jacob Sã, membro do Comité Municipal do MPLA e Comissário da Comissão Municipal Eleitoral (CME) do Bocoio, por sinal seu tio, teria dormido no quarto com a sua namorada e o malogrado se posicionou na sala com a sua parceira.

“Enquanto envolviam-se em cenas amorosas, um grupo que já anda a lhes vigiar chefiado por um jovem conhecido pelo nome de Nhime “Rebenta”, chefe da turma do apito, rompeu a porta, entrou e começou logo a espanca-lo com fortes golpes”, descreveu.

Na descrição que faz, a testemunha acrescenta que o agente foi várias vezes “pontapeado” no baixo ventre ao ponto de danificar os testículos e de seguida “desmaiou naquele instante”.

“O amigo que esteve no quarto passou pela janela e logo teve que vir tentar acudir a situação embora já tenha sido tarde demais”, frisou.

Natural de Kalombue, município do Bocoio, em Benguela, Emílio Katangui, que entrou na Polícia Nacional em 199292, deixa viúva e filhos.

Este portal apurou que a “turma do apito” no Bocoio foi criada pela polícia local, na pessoa do seu comandante municipal, Fonseca Manuel Nganga e pelo administrador municipal, João Samuel Herculano Neto.

O grupo chegou de invadir um Comité do partido UNITA, em Setembro de 2022.  “Esses homens foram mesmo criados para abater militantes da UNITA, criar desestabilização social, desviar  as atenções das coisas negativas, promover arruaças, bandidagem, gatunice e muito mais”, disse uma fonte.

A “turma de apito” tem a sua direção em Luanda, tem representação em Benguela, tem parceria com a turma de “kwata kwata” e está a se enraizar em todos os municípios da província de Benguela, “para travar a marcha da UNITA e impedir que a mensagem da UNITA venha mudar as mentes da juventude”, acrescentou.

A “turma do apito” é protegida pela Polícia Nacional e tem o administrador Municipal como patrocinador.

Recentemente a turma foi elogiada pelo dirigente do MPLA, Gonçalves Muandumba, aquando da sua passagem ao município do Bocoio, onde teve um encontro com o referido grupo, tendo mostrado a sua satisfação pelo trabalho que a “turma do apito” tem desenvolvido na comunidade nos últimos tempos.

Segundo a fonte, “o projecto “Kwenda dará primazia a esta turma para que todas as suas actividades corram da melhor forma possível”.

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