Administração do Talatona acusada de usar “milícias” e polícias para agredir camponesas – vítimas anunciam protestos no GPL

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Vários camponeses na zona do 11 de Novembro, na Cidade Universitário, no município do Talatona, em Luanda, ficaram feridos na última semana, em consequências das agressões protagonizadas por supostos efectivos da Polícia Nacional e de um grupo de jovens alegadamente recrutados pela administração local, nas paragens de táxis, que se fizeram passar por fiscais.

Os feridos, alguns dos quais em estado grave, foram levados para o Hospital Geral de Luanda, após terem sofrido espancamentos por agentes da Polícia e das FAA, com o apoio de um grupo de “jovens lotadores de táxis” recrutados nas paragens de Calemba II, Benfica e Golfe2.

Em denúncias avançadas a este portal, os homens recrutados “saquearam” os bens das camponesas, destruiram as cubatas que serviam de abrigo das senhoras, na sua maioria idosas, que no local, lutam para protegerem as suas parcelas de terras com vista a conseguirem erguer um tecto para habitar.

No terreno homens e máquinas intensificam os trabalhos de vedação do perímetro sob protecção de patrulhas com agentes da Polícia nacional comandados pelo superintendente, João Lufuma, comandante da Esquadra de Vila Kiaxi, tido como o “homem de campo” do comandante do Talatona, Joaquim do Rosário, que usa a instituição do Estado para proteger os seus “negócios” de terrenos no Talatona.

Primeira-Dama da República citada no litígio fundiário

O terreno em causa está localizado defronte ao supermercado Kibabo nas proximidades do Centro de Produção da Televisão Pública de Angola (TPA), no Camama.

A Sociedade Konda Marta alega ser proprietária do prédio rústico, mas devido ao uso da força por parte de um grupo de oficiais da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas Angolanas (FAA), que se apossaram do terreno em nome do Estado para fins pessoais.

Segundo consta, após a retirada dos camponeses no local, o terreno de mais de 30 hectares foi vendido à empresa HS de uma cidadã chinesa, que no início deste ano foi detida pelas autoridades sob suspeita de lavagem de dinheiro.

Fontes próximas ao processo adiantam que, para satisfazer os seus “intentos”, o administrador do Talatona, Rui Duarte – parte interessada no terreno já vendido, tem argumentado que a Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço “é sócia da empresa chinesa HS”, razão pela qual a Polícia e as FAA tudo fazem para a retirada de camponeses no espaço.

Manifestação do sábado, 17 de Junho

Para exigir a reposição da legalidade e exigir o fim da expropriação do espaço, centenas de camponesas agendaram para sábado, 17 de Junho, uma manifestação defronte ao Governo Provincial de Luanda (GPL). O empresário Daniel Neto, director da Sociedade Konda Marta lamentou o uso constante da força policial contra camponeses e trabalhadores da empresa.

Radio Angola

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