Morreu músico Zé do Pau

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O cantor angolano Zé do Pau morreu na manhã desta sexta-feira (dia 29), no Hospital Geral de Luanda, vítima de prolongada doença.

Fonte: Angop

Segundo Paulo Ferrão, um dos filhos do artista que avançou a informação à Angop, Zé do Pau estava internado devido a complicações que surgiram depois de uma intervenção cirúrgica.

Autor de grandes sucessos na década de 80 e princípio de 90, tinha sido submetido a uma cirurgia em 2013 devido a um tumor na garganta, na África do Sul.

Paulo Ferrão salientou que neste momento estão a tratar das questões burocráticas e tão logo sejam resolvidas será anunciada a data das exéquias.

José Farto Marques Airosa Ferrão, mais conhecido por Zé do Pau, é autor do sucesso musical “Páginas Rasgadas do Livro da Minha Vida”.

O princípio da carreira

Zé do Pau começou a sua carreira, em 1970, como guitarra solo do conjunto “Os Corvos”, do qual foi um dos fundadores, com Gildo Costa (vocalista principal e compositor), Zeca Pilhas Secas (viola baixo e ritmo), José dos Santos (vocal), Didino (tambores) e Novato (vocal e dikanza).

“Os Corvos”, uma formação musical com alguma solidez, a nível da execução instrumental, chegou a acompanhar artistas renomados como Sofia Rosa, Luis Visconde, Milá Melo, Belita Palma, Jaburú e Tchinina.

Como guitarra solo, Zé do Pau foi vivamente aclamado pela crítica da sua época. “Pôr-do-Sol”, um instrumental em solo de guitarra, executado por Zé Keno, um tema referencial dos “Jovens do Prenda”, da autoria do Zé do Pau.

No dealbar dos anos 70, mais propriamente em 1972, Zé do Pau integra, na condição de convidado, a banda “Contacto”, uma formação pop/rock, que interpretava sucessos mundiais e standards da música rock dos anos 60.

Na sequência da experiência adquirida no conjunto “Contacto”, junta-se à banda sul-africana “Tony Sousa and Gize”, em Luanda, ao lado do cantor moçambicano Jerry, um excelente intérprete de canções do universo musical anglo-saxónico.

Um anos depois é a vez das Organizações Facho, localizada no Lobito, convidá-lo a tocar ritmo na gravação de um disco do conjunto “Os Bongos” de Benguela, do guitarrista Botto Trindade.

“Os Lord’s”, de vida efémera, foi a última grande formação do Zé do Pau, como guitarra solo, uma banda que, no início dos anos 80 integrava os seguintes músicos: Armandinho (viola baixo), Zitocas (dikanza e voz) e José de Oliveira (percussão e voz).

Da página rasgada

Ainda em 1972, compõe o tema que viria a ser a canção paradigmática da sua carreira – “Página rasgada do livro da minha vida”.

Na sequência das digressões que realizou pela Europa e América Latina, Zé do Pau, numa tentativa de internacionalização da sua obra, participa no concurso Decouverte/2000 da Rádio France Internacional (RFI).

O concurso, de periodicidade anual, tem como um dos principais objectivos homenagear os melhores da música africana e do Caribe. Em 1999, grava o seu primeiro CD “Renascer”, um álbum com oito músicas.

Em “Renascer”, Zé do Pau experimenta, na condição de editor e produtor, um estilo musical mais dançante nos temas “ Mabaia” e “Amor do Pobre”, e regrava a canção “Página rasgada do livro da minha vida”.

Zé do Pau foi o vencedor da 9ª edição do Festival de Música Popular Angolana, Variante 2001, e fez um dueto, num momento particularmente interessante da sua carreira, com o cantor e compositor brasileiro Altemar Dutra, em Fevereiro do mesmo ano, interpretando o tema “Senhora”, no palco da Casa 70.

Iniciou a carreira em 1970 como guitarrista solo do conjunto “Os Corvos”, do qual foi um dos fundadores, ao lado de Gildo Costa (vocalista principal e compositor), Zeca Pilhas Secas (viola baixo e ritmo), José dos Santos (voz), Didino (tambores) e Novato (voz e dikanza).

Zé do Pau foi convidado a integrar, em 1972, a banda “Contacto”, uma formação que tocou músicas do estilo pop/rock, que interpretava sucessos mundiais dos anos 60.