Movimento de Estudantes Angolanos condena detenção e julgamento de activistas em Benguela na sequência da manifestação
O Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) considera ilegal a repressão policial contra os manifestantes, que culminou com a detenção de mais de 20 activistas, que no último sábado, saíram às ruas da cidade de Benguela em protesto às mortes nos hospitais públicos da província, cujo julgamento sumário está marcado para esta terça-feira, 06.
Rádio Angola
O MEA refere que notou com “extrema lástima” o conhecimento da violação dos direitos dos cidadãos, por parte dos agentes da Polícia Nacional em Benguela, durante uma manifestação no sábado, 3, que para o Movimento de Estudantes Angolanos decorria de forma livre, justa, legal e pacífica, “contra as mortes nos hospitais”.
Numa nota de solidariedade tornada pública, a direcção do MEA explica que num total de 23 jovens activistas, foram detidos no local do término da manifestação, sem razão, facto demonstrativo que o Estado viola frequentemente o artigo 47º plasmado na Constituição da República de Angola, sobre direito a manifestação que não carece de autorização.
“Nesta ordem geral, a direcção do Movimento de Estudantes Angolanos, endereça a fraterna solidariedade aos activistas detidos e com o compromisso de seguir o processo mediante o Secretariado Provincial do MEA em Benguela, até o seu desfecho”, lê-se.
Em nota, a organização que defende os interesses dos estudantes em todo o país, encoraja a toda juventude académica e não só, a continuar a lutar pelos seus direitos, pelo que “repudia” mais uma vez a Polícia Nacional pelo comportamento “desumano demonstrado”.
“Sem noção do prescrito na lei, com carácter analfabeto, com objectivo de cumprir as ordens superiores às cegas, pelo crime cometido por omissão, ao deter jovens em pleno gozo dos seus direitos consagrados na Constituição e na Lei”, conclui o documento.