AGENTES DA POLÍCIA ESPANCAM E PRENDEM SETE MILITANTES DA UNITA POR IÇAREM BANDEIRA DO PARTIDO NO BALOMBO
Sete militantes do partido UNITA foram detidos no último sábado, 03/08, pela Polícia Nacional no município do Balombo, província de Benguela, depois de terem sido espancados na sequência de um acto de intolerância política entre “maninhos e camaradas”.
Pinto Muxima | Bocoio
Segundo apurou a Rádio Angola, o facto aconteceu quando o secretariado municipal da UNITA, Albano Katemo em companhia de militantes, amigos e simpatizantes do seu partido, deslocou-se à aldeia de Hungulo, comuna de Chindumbo, com a finalidade de içar a bandeira do “galo negro” na data natalícia de Jonas Savimbi, líder fundador da UNITA.
Contactado pela RA, o secretário da UNITA no Balombo disse que, no cumprimento de um programa político traçado pela direcção, o secretariado da UNITA naquele município de Benguela endereçou uma carta à Administração Municipal do Balombo, comunicando sobre a colocação de uma bandeira no quadro da expansão das cores do partido.
Postos no local relatou à Rádio Angola o político da UNITA, o soba e o primeiro secretário do MPLA na área de Hungulu chamaram atenção do responsável do “Galo Negro” naquela circunscrição, tendo sido reprimido e ameaçado de morte “caso a bandeira da UNITA fosse içada na aldeia”.
Para impedir a acção dos “maninhos”, disse, “um grupo do MPLA vieram na casa de Justino Sekeseke secretário da UNITA, que já tinha sido ameaçado de morte dias antes, destruíram todos os seus bens materiais, inclusive os utensílios de cozinha”, disse acrescentando que “começaram logo com actos de espancamentos dos nossos militantes tendo amarrado alguns”.
Conta que, quando os militantes da UNITA nas aldeias mais próximas tomaram conhecimento do incidente, dirigiram-se ao local para prestar auxílio aos seus companheiros por volta das 22 horas, mas descreve o político, foram surpreendidos por um grupo dos militantes do MPLA que entrou em pancadarias que culminou com a captura de três militantes do partido no poder.
“Esperaram pela chegada da polícia, mas quando as autoridades chegaram não se dignaram investigar as causas da confusão, apegaram-se apenas na situação dos militantes do MPLA amarrados e foram soltos”.
O dirigente da UNITA lamenta que, “no mesmo instante, os agentes da Polícia Nacional levaram os sete militantes da sua organização com torturas espancamentos e levados à comarca de Cavaco”, disse.
“A polícia nada resolveu e até os infractores gritavam dizendo que faremos tudo que quisermos porque a polícia é nossa, é do MPLA”, lamentou, revelando que “no dia 03 de Agosto do corrente ano, apareceu outro grupo do MPLA no período tarde que espancou novamente o secretário local da UNITA Sekeseke, destruindo totalmente a sua casa”.
A Rádio Angola apurou que estão detidos na comarca de Cavaco os militantes: Adelino do Rosário, Valentino Luciano, Eduardo Rodrigues, José, Higino Cesário, Laurindo Quimassão e outros.
A RA contactou ao telefone o Administrador Municipal Júlio da Silva Kwanzas Santos e 1º Secretário do MPLA do Balombo, mas este negou prestar a entrevistar sobre o assunto por estar em gozo de férias.