Moradores da zona alta do Lobito em Benguela sem água há dois anos

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A população que reside na zona alta da periferia da cidade do Lobito, província de Benguela reclamam que não tem água potável há dois, facto que tem dificultado para se manter uma vida digna.

*Faustino Dumbo| Lobito
Fonte: Rádio Angola

Com as torneiras seca há mais de dois, aqueles moradores da zona alta do Lobito encontram como alternativa a compra de água nos tanques, fornecida por camiões cisternas, o que os obriga a compra de uma “banheira de água a 100 kwanzas, estamos fartos desta situação”, desabafou uma das moradoras.

Contam que uma cisterna de água está a ser vendida no valor que ronda até os 20 mil kwanzas e lamentam ao mesmo tempo que, os funcionários da Empresa Saneamento de Água no Lobito (ESAL), têm vindo a fazer cobrança de água e cortes aos moradores mesmo não consumindo.

“Somos obrigados a pagar, mas não consumimos o líquido precioso há cerca de dois anos”, lamentam.

Um dos munícipes que não quis se identificar, disse à Rádio Angola que a falta de água potável tem provocado mais dificuldades na vida das populações da zona alta do Lobito, uma vez que, disse, gasta só para acarretar água acima de 700 kwanzas por dia, o que para si “é muito dispendioso”.

“Quando fui à escola levar o meu filho, pude ver a professora com uma garrafa de água para lavar as mãos das crianças, i isso é complicado em época da pandemia”, afirmou o encarregado de educação.

Para o morador do Lobito, “o governo devia primeiro preparar as condições necessárias antes de retomar as aulas, primeiro devem abastecer todas as escolas com água, não devemos mandar os nossos filhos sem condições para acudir a Covid-19, já que nas escolas não tem água”, disse.

O director da escola primária “Comandante Kassanji”, disse que a instituição tem funcionado com base nas medidas de prevenção à Covid-19, tendo reconhecido que a zona em que está implantada a referida escola não tem sai água há quatro anos, socorrendo-se para já do tanque de vinte mil litros, que se encontra no recinto escolar, que tem sido abastecido de tempo em tempo.

“A nossa escola vive de comparticipação dos pais há cerca de três anos, pelo que nunca tivemos problemas de abastecimento de água”, disse o responsável, referindo-se por outro lado que a Administração Municipal do Lobito “prometeu água para a escola, mas até a data presente ainda não temos nenhuma resposta da administração”.

De acordo com os habitantes da zona alta da cidade do Lobito, “é um problema muito sério a falta de água nos últimos tempos, pois, precisamos de um governo que atende os direitos do povo e não um governo que só pensa no seu elenco, assim o país não anda”, disse outro morador.

A Rádio Angola sabe que várias vezes os moradores reuniram com a comissão dos pais e direcção da escola do ensino primário “Comandante Kassanji”, no sentido de se encontrar uma solução do problema da água na instituição escolar, mas os populares dizem que “até aqui não se fez nada de concreto”.

“Água é um dos maiores problemas que mais afecta o povo da zona alta e não só no município do Lobito, por isso, precisamos de água com urgência”, apelou o encarregado.

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