Presidente João Lourenço afirma que “não há culpados” pelo adiamento das primeiras eleições autárquicas em Angola

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O Presidente da República, João Lourenço afirmou que “não há culpados” do adiamento das autarquias no país, salientando que tanto o Executivo como a Assembleia Nacional estão a trabalhar no sentido de reunir condições para que se realizem.

Os membros do Conselho da República de Angola consideraram, na sua maioria, que não há condições para realizar as primeiras eleições autárquicas do país, uma posição criticada pelo maior partido na oposição, a UNITA que atribuiu a decisão ao receio de uma derrota por parte do partido no poder (MPLA).

Questionado este sábado (12.09) sobre a posição assumida por alguns conselheiros da República que discordam do adiamento, João Lourenço afirmou que “o que conta são as conclusões a que esse órgão chega”, independentemente da posição individual dos seus integrantes, e salientou que o Conselho considerou não haver condições para a realização das eleições autárquicas este ano por não terem sido concluídas algumas condições prévias, estando por concluir o pacote legislativo autárquico.

Segundo à Lusa, o Presidente da República respondia aos jornalistas após a inauguração do novo hospital do Bié, baptizado com o nome do médico canadiano missionário Walter Strangway, que trabalhou durante 39 anos em Angola no início do século passado.

“Esforço bastante grande”

O chefe do Estado angolano sublinhou que a Assembleia Nacional fez “um esforço bastante grande” em aprovar parte do pacote legislativo autárquico, mas salientou que só com aprovação de todas as leis é que o titular do poder Executivo estará em condições de auscultar as forças políticas e chegar à definição de uma data para convocar as primeiras eleições autárquicas do país, que estavam previstas para 2020.

“Tudo o resto não passa de acusações mútuas, de procurar culpados, mas neste processo não há culpados. Todos estão a trabalhar, quer o Executivo, quer o Parlamento, no sentido de reunir as tais condições que tornarão possível a realização das eleições”, destacou João Lourenço.

Questionado sobre informações que dão conta de que se está a organizar uma frente de partidos da oposição para enfrentar o MPLA nas próximas eleições gerais, em 2022, João Lourenço considerou que “se isso é reconhecimento de que individualmente os partidos políticos, concorrendo sozinhos, não têm a capacidade de enfrentar o adversário (…), estão no direito de chamar os amigos e os vizinhos para ajudar a derrotar o adversário”.

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