SIC Transforma-se em Máquina de Morte a Serviço do Regime – Silvio Sumbo
O regime angolano, por intermédio do seu esquadrão da morte disfarçado de agentes da ordem pública — pertencentes ao Serviço de Investigação Criminal (SIC) — foi responsável pela execução de três adolescentes em plena hasta pública, cujos corpos foram posteriormente abandonados numa vala comum.
Este ato bárbaro representa uma flagrante violação do direito à vida, um dos direitos humanos mais elementares. As ações desta força mostram um padrão de atuação que ultrapassa a legalidade, demonstrando que o aparato estatal tem sido instrumentalizado para reprimir, silenciar e eliminar cidadãos, sobretudo os que manifestam oposição ao regime.
Em vez de cumprir a sua missão constitucional de proteger os cidadãos e garantir a segurança pública, o SIC tem sido transformado numa força repressiva do regime. A sua atuação revela uma lógica de intimidação, onde o medo é utilizado como ferramenta de controlo social.
Os relatos de execuções sumárias e desaparecimentos forçados vêm aumentando, criando um ambiente de terror, especialmente entre os jovens e ativistas que ousam questionar a autoridade do Estado. O aparato que deveria zelar pela justiça tornou-se uma extensão da violência institucionalizada.
A situação em Cabinda é particularmente alarmante. Este território, que há décadas clama por autodeterminação, tem sido sistematicamente oprimido pelas forças do Estado angolano. A presença do esquadrão da morte em Cabinda resulta numa repressão contínua, onde detenções arbitrárias, torturas e execuções se tornaram práticas recorrentes.
A população cabindesa vive sob constante vigilância e repressão, sendo tratada não como parte integrante do país, mas como inimiga interna a ser eliminada.
É urgente que as organizações internacionais de defesa dos direitos humanos tomem posição firme diante destas atrocidades. A comunidade internacional não pode continuar a ignorar os graves abusos cometidos pelo regime angolano.
A impunidade com que essas ações ocorrem é um convite à repetição dos crimes, agravando ainda mais a crise dos direitos humanos no país. É necessário que se exijam investigações independentes e responsabilização dos autores destes atos hediondos.
Por fim, a luta pelo respeito à vida e pelos direitos fundamentais do povo angolano não pode ser abandonada. Cabe à sociedade civil, à diáspora e às instituições internacionais levantarem as suas vozes em defesa da dignidade humana. A barbárie institucionalizada pelo regime não deve tornar-se norma.
A denúncia e a pressão internacional são ferramentas essenciais para romper o ciclo de violência e exigir justiça para as vítimas da repressão estatal em Angola, particularmente nas regiões mais vulneráveis como Cabinda.
Fonte: Club-K
Foto: Internet