Presidente da UNITA denuncia falta de transparência na contratação pública da empresa OMATAPALO

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O líder do “Galo Negro”, Adalberto Costa Júnior considerou que, os 24 mil milhões de dólares anunciados pelo Presidente da República, João Lourenço estão muito aquém dos números reais “desviados do erário público nos últimos anos”.

Rádio Angola

Na entrevista concedida “Wall Street Journal”, segundo O Decreto, João Lourenço detalhou que daquele montante 13 mil e 515 milhões foram retirados ilicitamente através de contratos fraudulentos com a petrolífera Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (SONANGOL), 5 mil milhões através da Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola (SODIAM) e Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA) e os restantes 5 mil milhões através de outros sectores e empresas públicas.

Entretanto, na “conversa” mantida com os jornalistas na tarde desta segunda-feira, 12, o presidente da UNITA, apesar de ter considerado que o dinheiro retirado ilicitamente dos cofres do Estado esteja acima dos montantes revelados à publicação norte-americana “Wall Street Journal”, enalteceu a revelação feita, por considerar que a mesma permite fazer uma “confrontação”.

O líder do “Galo Negro” não deixou de parte o tema das autarquias locais, tendo na ocasião desafiado o Presidente da República a anunciar um “calendário eleitoral autárquico”, começando com a aprovação em definitivo do pacote legislativo autárquico, já em Novembro deste ano.

Adalberto Costa Júnior disse que a justificação da pandemia da COVID-19 avançada pelo Governo Angolano “não colhe, pelo facto de países como a Namíbia, realizar as suas eleições autárquicas, apesar de estar a enfrentar também a crise sanitária global”.

O Presidente da UNITA que acusou o chefe de Estado angolano de falta de vontade política para cumprir com a promessa da implementação das primeiras autarquias em 2020 disse que, no caso de João Lourenço encontrar alguma dificuldade, o seu partido está disponível a estabelecer um cronograma visando à concretização do processo.

“A implementação das autarquias locais são um imperativo constitucional, não podem e não devem depender da vontade de uma pessoa ou de um grupo”, disse à imprensa.

Na sua comunicação, Adalberto Costa Júnior considerou “inadmissível” que, existam no país, relatos de cidadãos que morrem por causa da fome.

Adalberto Costa Júnior criticou também os critérios para contratação pública de empresas engajadas na construção e reabilitação de estradas, com destaque para a OMATAPALO, alegando haver falta de transparência, assim como no processo de contratação da quarto operador de telefonia móvel.

Costa Júnior fez uma abordagem sobre a situação financeira da petrolífera estatal angolana, Sonangol, para quem, as contas apresentadas não reflectem a verdadeira produção.

Sobre o fornecimento de água potável a população nesta fase da pandemia da Covid-19, o Presidente da UNITA, considerou “um fiasco os vários projectos do Governo ao acesso do precioso líquido às famílias”, porquanto, para Adalberto Costa Júnior, “tais projectos já consumiram aos cofres públicos mais de 20 milhões de dólares sem nunca beneficiar a população que continua a consumir água imprópria”.

Adalberto Costa Júnior que se referiu ainda sobre o novo imposto de rendimento de trabalho (IRT), assim como das reservas internacionais líquidas, apelou ao Presidente da República para que no próximo dia 15 deste mês, durante o discurso sobre o “Estado da Nação”, por ocasião da abertura de mais um ano parlamentar, apresente um relatório transparente a situação financeira do país.

O líder da formação política fundada por Jonas Savimbi admitiu mesmo a possibilidade do grupo parlamentar da UNITA atribuir um “cartão vermelho” ao Presidente da República, João Lourenço durante a sua presença na Assembleia Nacional “devido a situação de vulnerabilidade das famílias angolanas”.

Quanto à Comissão Nacional Eleitoral (CNE), o Presidente da UNITA, que defendeu um novo registo eleitoral para as autarquias locais, garantiu que o seu partido vai continuar a lutar para, dentro dos limites que tem forçar alteração da composição da CNE.

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