Polícia no Camama acusada de proteger fiscais que agrediram zungueiras no Calemba 2

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A Polícia Nacional no distrito do Camama está a ser acusada de proteger fiscais da Administração Municipal que agrediram violentamente zungueiras no bairro Calemba 2, na passada terça-feira, 18 de Junho, por volta das 19h.

Entre as vítimas está Igraça Pedro, uma viúva de 60 anos, que foi brutalmente espancada junto ao portão do mercado da PEP. Durante a acção, os fiscais confiscaram os seus produtos, levaram o seu carro de mão e uma quantia em dinheiro estimada em 50 mil kwanzas.

A Organização da Mulher Angolana (OMA) e a Liga da Mulher Angolana (LIMA), duas organizações femininas dos maiores partidos do país, ainda não se pronunciaram sobre o assunto.

A denúncia expõe mais um episódio da crescente repressão contra zungueiras, mulheres que actuam no comércio informal e representam um pilar de sobrevivência para milhares de famílias em Angola. Casos como este, envolvendo agressões físicas, apreensão de mercadorias e até mortes, têm-se tornado recorrentes, principalmente em zonas urbanas como Luanda.

O episódio do Calemba 2 levanta preocupações sobre o comportamento das autoridades e a urgência de políticas públicas mais humanas e inclusivas para proteger o comércio informal e garantir os direitos das trabalhadoras.

O comandante-geral da Polícia Nacional,  Comissario-chefe Francisco Ribas, foi contactado, mas não prestou qualquer esclarecimento. O Decreto tentou igualmente ouvir Nestor Goubel, porta-voz da corporação em Luanda, que também se absteve de comentar o caso.

Recorda-se que Luciana Nsumba foi  presa, agredida e sofreu extorsão em 2018. Juliana Kafrique (12 março 2019) foi assassinada por efectivos da Polícia Nacional.

O Decreto

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