MILHARES DE CRIANÇAS ESTÃO FORA DAS ESCOLAS NO CUNENE

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Província necessita de mais salas de aula e professores para inserir 30.599 alunos no sistema normal de ensino

Um total de 30.599 crianças em idade escolar vão ficar este ano lectivo fora do sistema de ensino na província do Cunene, devido à insuficiência de salas de aula e de professores. A directora provincial da Educação, Ciência e Tecnologia no Cunene, Soraya de Jesus Kalongela, disse ao Jornal de Angola que a província tem um défice de 1.500 professores e de salas de aula.

Salientou que para o presente ano lectivo, a província vai contar com 6.336 professores em todos os subsistemas de ensino, para atender um universo de cerca de 243.353 alunos matriculados. Mesmo sem apontar números, a responsável da Educação no Cunene disse que em relação ao ano anterior houve uma diminuição considerável de alunos fora do sistema de ensino.

“Na medida em que vão sendo construídas mais escolas e o recrutamento de mais professores, também se vai reforçando o programa de alfabetização e aceleração escolar que vai reduzindo o número de crianças e adolescentes fora do sistema normal de ensino e aprendizagem”, acrescentou.

Disse que este ano lectivo, a cifra de crianças fora do sistema de ensino é superior a 30 mil crianças e temos algumas escolas com turmas superlotadas.

“O normal era termos 35 alunos dentro da sala de aula, mas há escolas em que temos 40 e 45 alunos, isto porque estamos a fazer tudo para diminuir o número de crianças fora do sistema de ensino”, disse a directora provincial da Educação, para quem há mais crianças a ingressar no sistema.

A responsável da Educação lembrou que as escolas na província do Cunene estão distribuídas em 792 para o ensino primário, 56 para o I ciclo do ensino secundário, 20 para o II ciclo do ensino secundário. Soraya Kalongela afirmou que do universo de escolas constam quatro novas escolas, sendo três para ensino primário, que perfazem 21 novas salas de aula, e uma do I ciclo do ensino secundário, com 24 salas de aula.

A directora da Educação recordou que o Ministério propõe como desafios para o período 2018-2022 o fomento da educação pré-escolar, do ensino primário, secundário, técnico-profissional, formação de professores e a intensificação de acções de alfabetização.

Disse haver ainda dificuldades “mas não estamos muito mal, todos os subsistemas do ensino na província funcionam. Oferecemos às crianças e aos jovens escolas desde o ensino primário até ao II ciclo do ensino secundário e isso já é bastante positivo”.

O Governo provincial, acrescentou, está a construir mais escolas. “Vamos dando respostas para diminuirmos o número de crianças fora do sistema de ensino. Fazemos a distribuição gratuita dos manuais fornecidos pelo Ministério da Educação”.

Soraya Kalongela disse que os que fiscalizam os serviços da Educação e também aqueles que os acompanham devem fazer tudo para se atingir um nível de organização aceitável. Para isso, salientou ser preciso agir com rigor a nível de todos os estabelecimentos de ensino.

“É isso que vamos fazer, porque afinal de contas a avaliação do desempenho do professor não significa castigo, mas sim animar as pessoas a trabalhar com prontidão. Significa sobretudo que os professores devem trabalhar com mais empenho, com mais eficiência para que de facto os nossos alunos aprendam”.

Soraya Kalongela disse que a direcção provincial da Educação, Ciência e Tecnologia no Cunene está preocupada com os níveis de abandono escolar que se verificam na província, principalmente em zonas rurais. Só no ano passado, acrescentou, 63.087 alunos abandonaram as escolas.

“Estamos a trabalhar na sensibilização das comunidades para que casos do género não venham a acontecer nos próximos tempos na província”.

Fonte: Jornal de Angola

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