Mário Tiago denuncia não cedência de licença de construção pelo administrador Rui Duarte por ter interesses no terreno com dono do instituto “Kalandula”

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O município de Talatona, em Luanda, tem sido nos últimos anos, o epicentro de litígios de terrenos envolvendo altos funcionários da Administração Municipal, altas patentes das Forças Armadas Angolanas (FAA) e da Polícia Nacional (PN), que são apontados de usurpação de terras de pacatos cidadãos indefesos.

Um dos casos envolve o cidadão Mário Tiago que tem litigado com o actual administrador do Talatona, Rui Duarte e do proprietário do Instituto Superior “Kalandula”, identificado pelo nome de Estêvão Kalandula, que segundo o denunciante contam com o suporte do comandante da Polícia Nacional de Talatona, subcomissário Joaquim do Rosário apontado de ter interesse no terreno em causa.

O espaço de 60 hectares em conflito encontra-se localizado no Distrito Urbano da Cidade Universitária, no Camama entre o Arquivo Nacional e o Instituto Kalandula, em que Mário Tiago diz que o terreno pertence à sua mãe desde 1979, enquanto camponesa.

Mário Tiago conta que conheceu o terreno no ano de 2000, altura em que regressou de Portugal onde se encontrava desde a década de 90. “Quando voltei, isso era uma mata, mas depois tive que regressar a Portugal para voltar novamente a Angola em 2009, já com muita reclamação da minha mãe sobre a presença dos invasores que falavam na construção de infraestruturas do Estado”, disse.

Lembrou que na altura teve que recorrer à família do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, para que não perdesse na totalidade o terreno à favor de Rui Duarte, Estafan Kalandula e de uma senhora identificada apenas por Manuel, que fazia parte de uma comissão que alegava a existência de um projecto do Estado no referido terreno, mas que nunca foi concretizado.

Após a intervenção da família JES, os supostos invasores sentiram-se desencorajados e como forma de “negociação”, a sua mãe teve que ficar apenas com 14 hectares e 600 metros, dos 60 hectares que possuía desde 1979.

Mário Tiago que clama pela intervenção dos órgãos de direito, lamenta que, o espaço que agora conta apenas com 14 hectares, devido à suposta ocupação ilegal, não consegue obter a licença de construção porque o actual administrador do Talatona, Rui Duarte, alegadamente se recusa a conceder a licença.

E, reagindo aos argumentos de Mário Tiago, o presidente do Conselho de Administração da empresa responsável pelo Instituto Superior Politécnico, Estevão Kalandula, um dos acusados, disse que Mário Tiago não tem legitimidade para reclamar a titularidade do terreno em causa, tendo acusado o mesmo de ser o invasor do seu terreno.

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