Marginais provocam pânico em Luanda – Polícia Nacional manifesta-se “impotente” para travar onda de criminalidade

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Assaltos, homicídios, confronto directo com a polícia, resgate de meliantes em esquadras de polícias que, pela lógica, seria o local mais seguro para nos refugiarmos. Somam e seguem os números de efectivos que em números assustadores deixam viúvas e órfãos.

Fonte: O´Crime

As armas em mãos alheias duplicam-se como cogumelos, quem as distribui, ninguém sabe. Ou fingimos não saber? Já alguém se perguntou se os assaltos que ocorrem todos os dias em Luanda, quase sempre com vítimas mortais são perpetrados por agentes da polícia ou militares?

“À forma como os bandidos atacaram o carro que levava o cidadão chinês e que vitimou mais um agente da Polícia Nacional, na quarta-feira, 13, em Cacuaco, com certeza foi realizado por pessoas que têm treinamento militar”, segredou um efectivo do comando de Cacuaco.

Há um número elevado de ex-militares que reclamam inserção na Polícia Nacional e/ou nas Forças Armadas Angolana (FAA). Diz-se que o número de ex-militares e aspirantes à polícia que aguardam enquadramento iguala ou supera o número de efectivos no activo.

A falta de triagem para aqueles que podem ou não ser inseridos nos órgãos de defesa peca na selecção. Até cidadãos que deviam estar a cumprir penas pesadas por cometimento de crimes violentos hoje são comandantes de esquadra, controlam arsenal bélico.

Compraram patentes e assumem o comando. Diz a sabedoria popular que bandido não deixa o crime, dá um tempo.

Com a onda de violência que não selecciona alvos nem locais, em todo o país, uma vez que até em frente de um tribunal e do Ministério das Relações Exteriores de Angola os bandidos matam e trocam tiros com polícias, por que continuamos a ‘esconder’ os agentes da Polícia de Intervenção Rápida? Perguntam os luandenses.

Os quarteis não resolvem o problema de segurança pública, os polícias, de todas as categorias não podem apenas esperar salários.

A ousadia dos marginais é tão alta que em plena luz do dia, assaltaram a viatura de um comissário da PNA. Como consequência, o motorista do oficial superior que também é agente da Polícia, perdeu a vida.

Num pais onde a polícia está nas principais vias e avenidas, ostentando armas de guerra dos mais diversos calibres, custa acreditar que os malfeitores fazem tudo em cima da barda dos agentes e, estes, quase sempre que se deparam com uma situação de assalto com recurso a arma de fogo “colocam o pé no nguimbo”, fogem como se não tivessem qualquer preparação de defesa. Só não oferecem a arma ao bandido porque estes não pedem.

E, para ridicularizar mais ainda, já que os assaltados violentos são sempre feitos por motociclistas, lá chegam as patrulhas e vão recebendo às motos dos “kupapatas”. Aliás, é o que os agentes da ordem mais sabem fazer. Correr com as zungueiras, ou extorquir os motoqueiros.

Serviço de Investigação Criminal perdeu rede

Há anos, ser agente da DNIC, Direcção Nacional de Investigação Criminal, actualmente SIC, era para os audazes, inteligentes e comprometidos com a causa.

Actualmente, qualquer pé rapado envereda no Serviço. Até criminosos estão no ‘game’. O SIC não pode ser um órgão que só mata. Não trabalham civil à toa. Em cada zona, este sector tão importante na prevenção do crime, deveria estar um passo a frente dos delinquentes.

O SIC não pode ser um serviço que só sabe esclarecer casos…muitas vezes atabalhoado. Quem não sabe que, na ânsia de aclarar um caso mediático, inocentes são coagidos a responder por crimes não cometidos para salvar o cargo de um efectivo? Em troca, “é lhe dada a possibilidade de fuga”.

Esperava-se mais de Paulo de Almeida

Paulo de Almeida esteve muito tempo no banco de suplente, quando era chamado para falar de casos que afectavam negativamente a corporação, falava sempre num tom arrogante…ameaças a manifestantes e defesa canina à José Eduardo dos Santos norteava De Almeida. Com a sua nomeação a Comandante Geral da PNA, parece que a Polícia perdeu o leme, está desnorteada. Quantos mais meios rolantes e letais, tornam-se mais ‘letárgicos’. A separação do CGPN para o MININT no que se refere aos Serviços de Investigação Criminal trouxe ‘uma confusão na cabeça dos homens da farda azul’.

O SIC se acha mais importante que os da Ordem Pública, daí o abandalho da sociedade. Hoje por hoje, ninguém protege ninguém, o povo está entregue a sua sorte. É importante que o comandante-geral saia mais do gabinete, não para inaugurar esquadras, para policiar os seus efectivos, ande numa patrulha comandante, ‘dê-exemplooooooo’.

O crime está tão violento que não se espante quando o povo pegar em defesa e começar a se defender como pode e sabe.

Laborinho perdeu a chama?

Conhecido como bom bombeiro, o actual ministro do Interior, Eugénio Laborinho ainda não acelerou. Está na primeira mudança e tem problemas em engrenar.

É conhecedor da casa, mexeu no SME, quer ajudar no bem-estar dos efectivos, vão dizer alguns defensores. Mas, é importante que isso seja sublinhado, a segurança pública e a paz social deve estar em primeiro lugar. O ministro tem que provar, imediatamente, que tem capacidade para ministrar o Interior, sob pena de ser ultrapassado daqui a pouco.

Jovens trocam armas de fogo com motorizada

Custa acreditar que, se hoje um cidadão usar uma arma de fogo contra uma pessoa, tirar a vida, amanhã pode se dirigir no Comando de Viana entregar a arma ao “Ti Cho” e receber uma motorizada. Que ´genialidade’. Não se pode combater o crime perdoando os malfeitores, os Serviços de Investigação Criminal deveriam funcionar e estabelecer regras.

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