Marcolino Moco afirma que “combate à corrupção em Angola está a ser injusto”

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O antigo primeiro-ministro de Angola, Marcolino Moco, afirma que o actual modelo de combate à corrupção e impunidade levado a cabo pelo Presidente da República, João Lourenço é injusto.

Marcolino Moco que falava numa palestra sobre “Ética e Discurso Político”, afirmou que se deve encontrar um mecanismo jurídico ou político que se assemelhe ao que se passou na África do Sul.

Citado pela VOA, o antigo primeiro-ministro acrescentou que o que se está a fazer agora é mais vingança do que justiça e afirmou haver a percepção de arbitrariedade, pois “hoje é o (Augusto) Tomás, amanhã o general Zé Maria”.

“Quando eu olho para a decisão do caso Conselho Nacional de Carregadores (CNC) conclúo que se está a vingar do Tomás ou é bode expiatório de todos os problemas que houve porque o Zenu já saiu, o amigo dele já foi embora, Norberto Garcia já saiu, é injusto que onde comeram todos só uns é que pagam”, sublinhou.

O antigo primeiro-ministro concordou que há “responsabilidade individual nos últimos 15 anos”.

“Por exemplo o antigo Presidente foi o maior responsável porque foi ele quem introduziu a necessidade da acumulação primitiva do capital, só que acabou por ser feita por um grupo restrito ligado a ele, incluindo os seus filhos e os demais o acompanharam”, concluiu Marcolino Moco.

O antigo chefe de Governo defendeu um sistema como o que lidou com o pós-Apartheid na África do Sul.

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