“João Lourenço também é cúmplice pela desgraça e empobrecimento da população de Cabinda”, diz activista Arão Tempo

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Arão Tempo, defensores dos Direitos Humanos na província de Cabinda, disse a Rádio Angola que a presença do João Lourenço, candidato do MPLA a Presidente da República, nas eleições gerais de Agosto próximo “não animou a população”, que segundo afirmou foi brindada com um “discurso meramente político”.

Fonte: Radio Angola

João Lourenço foi apresentado no sábado, 08/04, aos militantes, amigos, simpatizantes e população de modo geral como o cabeça de lista do partido dos “camaradas” nas eleições gerais previstas para o mês de Agosto próximo, tendo na ocasião, proferido um discurso num acto político de massa que decorreu no centro da cidade de Cabinda.

À Rádio Angola a partir da província rica em petróleo, Arão Tempo afirmou que da constatação que se pode fazer a maioria da população que aderiu ao comício do MPLA no largo “Doutor António Agostinho Neto” foram supostamente estrangeiros que terão sido transportados da fronteira com a República Democratica do Congo “para que enchessem o comício”.

“A maioria eram estrangeiros que receberam camisolas e engrossaram o grupo, senão, a presença de João Lourenço em Cabinda não foi agradável”, disse o activista, acrescentando que “mesmo lá no comício, o povo foi gritando: estamos com fome, estamos com fome”, contou Arão Tempo, para quem “não há mais discursos de dirigentes do MPLA no tempo das eleições, que possam convencer o povo de Cabinda”, disse.

O defensor dos Diretos Humanos sublinhou que durante o tempo de governação do MPLA que já dura há mais de 40 anos inenterrupto “constatou-se” que, tanto João Lourenço, como os demais dirigentes do partido no poder “são cúmplices pela desgraça, empobrecimento e deterioração da situação social da população da província de Cabinda”.

Arão Tempo pensa que a maior parte dos habitantes do enclave de Cabinda “não se mostra simpatica ao partido no poder e às políticas por si gizadas ao longo dos anos da sua governação. Questionado sobre o número de cidadãos que aderiu ao acto político presidido pelo candidato do partido maioritário em Angola, no sábado, 08/04, o activista dos Direitos Humanos disse que “em Cabinda, o MPLA não goza de boa simpatia da população”.

Arão Tempo reiteirou que o comício foi aderido maioritariamente por estrangeiros que foram transportados da fronteira com os dois Congos (Democrático e Brazzaville). “Eu próprio vi estrangeiros a vestirem as camisolas do partido, e alguns cidadãos de Cabinda foram ao acto porque queriam comer ou beber”, frisou o activista.

Nesta entrevista, Arão Tempo sustentou em termos de Direitos Humanos, a província de Cabinda continua a “inspirar cuidados”, pois a sua população vive “oprimida” e disse que “onde há opressão do regime as pessoas não se exprimem livremente daquilo que vem do coração, daí que, muitos foram ao comício com medo de represálias”, afirmou, adicionando que “a presença de João Loureço, candidato do MPLA fez aumentar o número de militares nas ruas da cidade”.

Disse que o que o povo de Cabinda precisa é a democracia, porquanto de acordo com o defenres dos Direitos Humanos, ainda são frequentes as detenções arbitrárias e repressões por parte das autoridades policiais dos activistas civicos e demais cidadãos que pensam diferente. “O que queremos é a democracia e, não temos a certeza se, com o João Loureço no poder vamos continuar a ser presos ou não”.

“Prevalesse a vilolação destes direitos em toda a província. Somos presos pelo facto de sermos activistas dos Direitos Humanos, somos maltratados, repremidos e alguns até são executados nos congos visinhos”, disse.

Acompanhe a seguir a entrevista com o activista de Cabinda Arão Tempo:

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