Friends of Angola condena assassinato de trabalhadores grevistas na barragem Kaculo Kabaça pela Polícia Nacional
A Friends of Angola (FoA), organização defensora dos direitos humanos, condenou este sábado, 28, os assassinatos de trabalhadores civis da barragem de Kaculo Kabaça, em construção na província do Kuanza-Norte, pela Polícia Nacional, na quinta-feira, 26, quando tentavam reivindicar os seus direitos mediante a realização de uma greve.
Rádio Angola
Em nota enviada ao portal Rádio Angola, assinada pelo director executivo, Florindo Chivucute, a Friends of Angola refere que “foi com grande preocupação e indignação que tomou conhecimento do uso excessivo de força, inclusive causando a morte de vários funcionários indefesos da empresa China Gezhouba Group Corporation (CGGC), quando reivindicavam melhores condições de trabalho na barragem hidroelétrica de Kakulo Cabaça”.
No documento, a FoA descreve que “continua a receber fotografias, vídeos e áudios expondo agentes da Polícia Nacional a disparar contra funcionários indefesos”, descrevendo que “para além de feridos e mortos que as imagens expõem, há relatos referindo a detenção de trabalhadores da CGGC detidos dentro da barragem hidrelétrica”.
“Crimes desta natureza não deveriam acontecer em pleno século XXI e esperamos que os responsáveis – diretos e ou indiretos, incluindo a China Gezhouba Group Corporation (CGGC) sejam investigados para o esclarecimento e julgamento do caso pelos órgãos de polícia e de justiça”, lê-se.
A Friends of Angola exige às autoridades angolanas a abertura de inquérito com o objectivo de levar à justiça os responsáveis pela agressão, morte e violações de direitos humanos universalmente reconhecidos, “tais como o direito à integridade física e à liberdade de manifestação”, direitos que, a FoA lembra estarem de forma inequívoca plasmados na Constituição da República de Angola (CRA) e na Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH) ratificada por Angola, “mas, entretanto, mais uma vez, violados por agentes da autoridade que, por imperativo legal, deveriam ser os primeiros a respeitá-los”.
“Esperamos também que o executivo angolano abrace os valores democráticos, obrigando os agentes do Estado a garantir o respeito pela liberdade de reunião e expressão”, finaliza a nota de repúdio.