Fome e miséria apertam crianças órfãos e idosos na Lunda-Norte

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Aumenta nos últimos dias, o número de crianças órfãos e idosos, nas ruas da província da Lunda-Norte, a mendigarem para manterem a sobrevivência em consequência da fome e miséria, que cada vez mais apartam esta franja da sociedade angolana.

Jordan Muacabinza | Cafunfo

O diamante é o principal autor pela desgraça de muitas famílias nas regiões diamantíferas de Angola e em particularmente nas Lundas, onde a fome, miséria, pobreza toma conta de órfãos e idosos Lunda-Norte, assim entende a população.

Sem acção urgente, o número de crianças e órfãos que vivem em famílias pobres nas regiões de baixa e média renda poderia aumentar em 60% em quase todo país. As consequências económicas da pobreza, fome, miséria e da pandemia de Covid-19 podem levar até 60% que vive à pobreza domiciliar até o final de 2021 e um aumento de 14%.

Desde a era da descoberta de diamantes, já se passaram 108 anos, concretamente nos meados 1912, disto após as descobertas de diamantes, nessa região muito rica em pedras preciosas, os habitantes enfrentam uma pobreza gratuita, tendo em conta os diamantes destas regiões só tem beneficiado alta patentes, deixando assim muitas famílias todas carenciada.

A falta de emprego, é a maior preocupação dos habitantes da Lunda-Norte, por esta razão, continua em Cafunfo, município do Cuango, a somar um número de crianças a mitigar nas ruas da vila diamantífera, procurando quem os possas assegurar na alimentação, ou até a procurar o pão de sustento.

“Enquanto o executivo angolano fala de melhoria das condições de vida das populações, com esses discursos musculosos do Executivo pode se perceber que visa enganar a comunidade internacional”, referem os populares.

Os habitantes entendem que, a falta de políticas clara, numa zona por onde se extrai diamantes todos os dias e noites, nota-se que há muitas famílias a viverem por debaixo da pobreza, “sem falarmos de água, estrada, saneamento básico, a falta de medicamentos nos hospitais”, são maiores dificuldades que preocupa a maioria dos populares dessa região muito rica em diamantes.

Enquanto, Executivo fala de descoberta de uma das maiores minas de diamante do mundo em Angola, que segundo uma a pretensão que foi avançada esta segunda-feira, 10 de Maio, pelo Ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, durante um encontro com operadores da Bélgica, que dizia que “possuímos hoje a quarta maior mina de diamante primário do mundo e posso anunciar aos senhores que em breve teremos uma mina maior que esta, num futuro muito breve e a produzir. Está situada na província da Lunda Sul e, com certeza, irá contribuir para a melhoria da posição de Angola no ranking dos maiores produtores de diamante”, explicou o Ministro aos investidores.

Em Cafunfo, a Rádio Angola afecto à organização não-governamental Friends of Angola (FoA), tem vindo a denunciar vários problemas que afligem os habitantes no município do Cuango, sem contudo deixar de apontar a situação da fome, pobreza, miséria acentuada e o desemprego “como o principal causador da desgraça dessas populações”, segundo os moradores.

Todavia, nos anos entre 2008 até nos meados de 2018, muitas viúvas, viúvos , órfãos, deficientes, cegos, entre outros, sobreviviam de apoio das casas de compra de diamantes, isto é, passavam porta a porta nas residências dos compradores para pedir esmolas.

As pessoas de boa-fé davam, por exemplo, açúcar, sal, arroz, frango e outros bens financeiros, mas lamentam que, com o encerramento da maior parte das casas devido ao processo de “Operação Transparência” e “Resgate”, a vida dessas famílias ficou mais vulnerável e crítica, sob o olhar silencioso de Ernesto Muangala, que há 13 anos governa a província da Lunda-Norte.

O Lulo foi ainda responsável pela quase totalidade dos dez maiores diamantes jamais extraídos pela indústria diamantífera nacional, que tem mais de 100 anos, tendo, em 2016, batido o recorde mundial de valor por quilate, atingindo os 2983 USD, graças à rara dimensão e qualidade das “pedras” encontradas naquela mina, onde a Endiama, concessionária, é sócia, a par da Rosa & Pétalas.

Por conta disso, o 1º trimestre de 2021 foi bom para a indústria diamantífera nacional e um sinal de que o comércio global de diamantes está a ganhar forma depois de uma prolongada crise gerada pela pandemia da Covid-19.

Isso mesmo pode-se constatar pelo facto de as receitas do País neste período terem subido 26 por cento, para 220 milhões USD, apesar de terem sido comercializados, este ano, apenas 1,171 milhões quilates em comparação com os 1,211 milhões em igual período de 2020, que renderam “apenas” 162 milhões USD, sendo a diferença de valor médio por quilate de 186 USD e 133 USD, respectivamente.

Estes dados foram revelados recentemente pelo director para área de comercialização da Endiama, José Carlos de Sousa, num seminário de capacitação para jornalistas económicos e profissionais de comunicação na área dos diamantes, onde avançou também que o objetivo para 2021 é chegar a uma produção global de 10,5 milhões de quilates, chegando, em 2022, aos 13,5 a 14 milhões, valores substancialmente superiores aos actuais 9 milhões produzidos em média dos últimos anos.

“A pergunta que não se cala é essa: já ouvimos falar do aumento crescente da indústria mineira no país, o que é que essas empresas fazem em prol das comunidades por se destruir diamantes que dão valor a Angola como maior produtor de pedras? Onde estão as estradas asfaltadas, escolas de grande impacto, água potável, energia eléctrica, saneamento básico, hospitais de qualidade com medicamentos? Onde vão esses dinheiros vindos de diamantes senhor Presidente João Lourenço?”, questionam.

As províncias que produzem diamantes estariam a brilhar como diamantes, no fundo verifica-se lixo em todas as zonas tipo no mercado de Calemba-II, em Luanda, onde não existe equipa de saneamento básico adequada.

“Na época de José Eduardo dos Santos, existia nas Lundas, o garimpo de sobrevivência, mesmo de terem oferecidos terras aos vossos filhos, e amigos, pelo que, o povo desta região do país, tarde ou cedo vai se levantar para manifestar publicamente, o que poderá ocorrer no dia 4 de Fevereiro de 2022, uma vez que não se legaliza as empresas dos filhos destas terras, porque é um direito e não obrigação”, alerta o ancião Eduardo Muambeno Mutombo Kabombele.

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