Enfermeiros do país paralisam serviços a partir desta segunda-feira

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Os enfermeiros de todo o país decidiram pela paralisação dos serviços a partir desta segunda-feira, 7, por tempo indeterminado, em todas as unidades hospitalares públicas, por não terem sido atendidas as suas reivindicações pela entidade patronal, anunciou o sindicato nacional desses profissionais de saúde.

O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Cruz Matete, referiu que o caderno reivindicativo, de 15 pontos, foi submetido ao Ministério da Saúde no passado dia 07 de Outubro e apenas no dia 26 receberam resposta da entidade patronal.

A decisão de voltarem a greve foi tomada na passada quinta-feira, 3, depois de realizarem assembleia, onde revisaram ponto por ponto. Dos 15 pontos constantes do caderno reivindicativo, segundo os técnicos de saúde, as respostas do Ministério “não os satisfez”. Por este motivo, “os profissionais decidiram cruzar os braços a partir das 08h da manhã de hoje; em todas as unidades sanitárias”, disse Cruz Matete em declarações à Rádio Nacional de Angola.

O responsável sindical salientou que o sindicato está disponível para negociar, frisando que durante a paralisação serão assegurados os serviços mínimos conforme determina a Lei da Greve.

“Haverá redução de 50% da força de trabalho nos serviços de urgência, nomeadamente bancos de urgência, salas de parto, bloco operatório, cuidados intensivos, hemodialise e internamento”, indicou.

“Para os serviços de consulta externa e ambulatório estarão encerrados todos esses serviços nas unidades sanitárias públicas do território nacional”, observou Cruz Matete.

Ao Correio da Kianda, o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Enfermeiros, indicou que a primeira reivindicação exige a reposição imediata das horas acrescidas, com base no Decreto 175/2022, que regula as horas acrescidas a serem pagas aos profissionais de enfermagem.

“Tem que ser 48 horas por semana, o que acontece é que nos primeiros meses, maio, junho, julho, o ministério estava a pagar as 149 horas por mês, mas de agosto para cá já não estão a pagar”, disse, adiantando que a “reposição imediata” das horas é “a primeira preocupação”.

Além disso, os profissionais de enfermagem angolanos reclamam o pagamento do subsídio da covid-19 e também o pagamento do incremento de 6% do salário base para os técnicos de enfermagem da terceira classe especializada.

“Não beneficiaram até à data presente, já pagaram Julho, Agosto, Setembro até Outubro e até hoje não recebem o seu ordenado de acordo com o incremento de 6%”, comentou.

Outra preocupação é a questão da transição, assinalou: “Houve transição em 2019, e muitos dos colegas deveriam transitar para a categoria de técnico de segunda, não transitaram e continuam desde 2019 até hoje na mesma categoria”, adiantou.

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