Polícia detém membros do Protectorado Lunda-Tchokwé para impedir avanço da “República da Lunda”

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O Comando da Polícia Nacional de Cafunfo, na Lunda-Norte, desencadeou uma acção de “caça ao homem”, nos últimos dias, após uma tentativa de proclamação da autonomia de uma parte do território Lunda-Tchokwé, que se chamaria “República da Lunda”, uma iniciativa do autodenominado Manifesto Jurídico Sociológico do Povo Lunda Tchokwe (MJSPLT), que defende a autonomia da região rica em diamantes.

O secretário nacional do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé disse ao Club-K que a sua organização não tem nada haver com os actos protagonizados no domingo, 8, pelo grupo do “Manifesto Jurídico Sociológico do Povo Lunda Tchokwe”, liderado por Filipe Jota Malaquito, que pretende institucionalizar a “República da Lunda”.

Neste momento, até ao fecho desta matéria, às autoridades mediante buscas feitas, detiveram no sector de Cafunfo, município do Cuango, na Lunda-Norte, onze membros do Movimento do Protectorado de José Mateus Zecamutchima.

O grupo foi encontrado sentado debaixo de uma mangueira na zona de Quimbando, arredores de Cafunfo, onde foram capturados sem nenhum mandado e levados para o Comando da Polícia de Cafunfo, onde passaram duas noites para à noite seguinte serem transferidos para a sede do município.

Segundo apurou o Club-K, os membros do Protectorado, movimento que defende a autonomia da região leste do país, foram transferidos para a penitenciária de Cacanda, na cidade do Dungo.

“Os homens do Jota Filipe Malakito que estavam lá foram libertados (Modeste e Augusto), uma situação complicada porque nós nunca trabalhámos com o senhor Malaquito”, explicou a fonte.

O secretário nacional do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé denuncia que os seus membros continuam a ser perseguidos pelas autoridades policiais, cujas razões disse desconhecer.

“Continuamos a ser perseguidos e, ultimamente, a situação piorou devido ao movimento do Jota Malaquito. Todos os povos Lundas não estão a andar livremente por causa do Governo de Angola”, lamentou o responsável que teme novo massacre no leste do país.

Foram detidos e levados para a cadeia de Cacanda: Costa Caluimbi, André Muzango, Justinho Muzeca, Mário Yongo, Muvuma Txoxo, Mwatxifi Canono, Raimundo Rodrigues, Mwapeça Chisola, Joaquim Caputo, Cardoso Satxinganza e Samatondo Mbandaxi, este último encontra-se doente dentro da comarca de Cacanda (diarreira de sangue) “sem assistência médica”.

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