Caso IURD: Bispo Alberto Segunda confiante na reabertura dos templos brevemente

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O bispo Alberto Segunda, líder da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola afirmou que acredita, para breve, a reabertura dos templos, encerrados há mais de dois anos, por decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR), devido a uma queixa crime que foi apresentado às autoridades judiciais, que resultou no processo que se encontra em julgamento na 4ªa Secção dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda (TPL).

Sublinha-se que, estão a ser julgados desde o dia 18 de novembro do ano passado, dois bispos e dois pastores brasileiros e angolanos, os co-arguidos Honorilton Gonçalves, António Miguel Ferraz, Belo Kifua Miguel e Fernandes Henriques Teixeira, acusados dos crimes de associação criminosa, branqueamento de capitais, burla por defraudação e violência doméstica, na sequência de conflitos internos que levaram à divisão da IURD em Angola.

Sem avançar data para a possível reabertura dos locais de cultos, o líder espiritual da IURD entende não ser da vontade do Governo Angolano manter as igrejas universais fechadas. “Sabemos que não é o objectivo do governo manter fechados os templos, sendo que, os mais de 500 mil membros continuam fora dos templos debaixo do sol”, contou.

Alberto Segunda fez saber que mais de 500 mil fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus não têm local para adorar, e se têm socorrido de locais impróprios como debaixo das árvores e em locais nada confortáveis, e que diligências estão a ser feitas junto dos órgãos do Estado para reverter o quadro.

O bispo da IURD da “ala Brasileira”, que falava na terça-feira, 8, aos órgãos de comunicação social à margem da abertura do seminário de capacitação de mais de 200 pastores, com a reabertura dos templos, a Igreja Universal do Reino de Deus em Angola poderá viver uma nova etapa.

De acordo com “Os pastores estão a ser capacitados e bem preparados para melhor servir o povo e em particular servir a igreja no ganho de almas para o reino de Deus”, afirmou.

A Igreja Universal do Reino de Deus em Angola enfrenta uma crise interna há mais de dois anos, tendo como consequência um processo crime movido pela “ala Angolana”, que fala em cometimento de crimes de associação de malfeitores, branqueamento de capitais e violência doméstica.

No processo que se encontra em julgamento já na fase final, cinco réus estão a ser julgados pelos crimes acima referenciados, tendo como queixosos os pastores angolanos que defendem as reformas dentro da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

Em causa está um conflito interno, iniciado em novembro de 2019, quando um grupo de mais de 300 pastores angolanos da IURD subscreveram um manifesto, em que se recusavam a fazer parte da igreja com uma direção brasileira, originando a separação da organização religiosa em duas partes, conhecidas como a ala angolana e a ala brasileira.

Naquele manifesto, a direção brasileira era acusada de atos de racismo, evasão de divisas e procedimento obrigatório de vasectomia, todas negadas por eles, que acusavam os dissidentes angolanos de atos de xenofobia e violência.

Na sequência das acusações mútuas, a justiça angolana abriu um processo e ordenou o encerramento dos templos e o bloqueio de contas bancárias, tendo ainda sido convidados a abandonar o território angolano bispos e pastores brasileiros.

Em 2020, o INAR legitimou o bispo Valente Bezerra Luís (ala reformista) como representante da IURD em Angola e em fevereiro de 2021, o mesmo foi eleito em assembleia-geral líder da IURD Angola, pondo fim à comissão de reforma.

 

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