Cafunfo: Militares das FAA disparam a queima-roupa contra garimpeiros numa mina de diamante

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Efectivos das Forças Armadas Angolanas estão a ser acusados de terem disparado contra um grupo de garimpeiros, enquanto tentava realizar trabalhos de garimpo artesanal, numa das zonas de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte.

Jordan Muacabinza | Cafunfo

Segundo dados avançados a este portal, um dos disparos feitos com arma de fogo do tipo AKM-47, atingiu a perna esquerda de um homem de 44 anos, que atende pelo nome de Celestino João Filipe, bem como no desaparecimento dois garimpeiros.

Os cidadãos garimpeiros dizem terem sido dispersados do local pelos homens armados, quando um grupo de garimpeiros e autoridades tradicionais de Cafunfo entendeu recuperar uma área de garimpo artesanal como fonte de sobrevivência, devido à fome e miséria acentuada que assola a região do Cuango.

Fontes deste portal relatam que, o incidente ocorreu às 22h00 do dia 23 de Fevereiro último, altura em que efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA), PolÍcia da Guarda Fronteira (PGF) surpreenderam os populares que se encontravam a praticar actividades de garimpo na localidade do Lufuca,  cujo  área Pertence ao município de Xa-Muteba, mas de acordo com testemunhas, a referida zona esta mais próxima da vila mineira de Cafunfo.

“Como resultado dos disparos feitos, um dos colegas foi atingido na perna esquerda e o mesmo se encontra internado no hospital Regional de Cafunfo, e, as forças da defesa nacional, tendo recuperado a zona, apoderaram-se do espaço”, contou a fonte.

A fonte que temos vindo a citar conta ainda que, a área de “luta” entre a população e agentes das Forças Armadas Angolanas “é exatamente uma zona pertencente à empresa Sociedade Mineira do Cuango (SMC), onde as autoridades tradicionais consideram de ser uma zona de pouca importância e os sobas pediram a empresa que lhes desse a referida zona para que a população podesse remediar”.

E, dos um sobas que preferiu anonimato, explicou que “nós autoridade tradicionais é que pedimos a empresa sociedade Mineira do Cuango para permitir que pudéssemos  explorar aquela área para a nossa sobrevivência, tendo em conta a fome, a pobreza, a miséria que tem assolado a juventude e a população no geral, e considerando que um saco vazio nunca fica de pé”, disse.

Um dos activistas lamentou que “a situação de violação de direitos humanos na região das Lundas, tem sido freqüente, casos esses que têm sido protagonizados pelos efectivo da FAA e da PN, nas minas de diamantes, e foram  no entanto esses casos de fuzilamento de civis que originou o livro intitulado “Diamantes de Sangue, Tortura e Corrupção em Angola, da autoria do jornalista Rafael Marques, lembrou.

Os cidadãos citam o nome de um militar, identificado por Zito Comando, suposto proprietário de uma cooperativa mineira, de ter sido o mentor do acto, que quase vitimou mortalmente o homem de 44 anos, atingido na perna esquerda.

Para os populares, “trata-se do homem mais poderosa afecto às Forças Armadas Angolanas (FAA), o autor moral pelos distúrbios na localidade de Lufuca, sendo que na mesma invasão resultou no desaparecimento de dois garimpeiros”.

Entretanto, Fabiano João Paulo, disse foi por motivo da fome que o grupo sentiu-se obrigado a recorrer ao garimpo artesanal, uma vez que “aqui não temos tido empresas que possam nos recrutar para trabalharmos”.

Dois garimpeiros morrem afogados no rio Cuango

Na sequência dos disparos efectuados pelos militares das Forças Armadas Angolanas, o grupo fugiu do local ao se aperceber que, um dos seus colegas, foi atingido com uma bala, dois dos garimpeiros atiraram-se no rio Cuango (António Paulo Kimuya e Jacinto Joasse), o que resultou na morte por afogamento.

Os familiares dizem terem encontrado apenas um cadáver de Antonio Paulo, cujo corpo já se encontrava em estado avançado de decomposição.

Enquanto isso, os familiares da vítima que continua desaparecida atiram-se contra o militar “Zito Comando”, pelos disparos alegadamente feitos por militares por si orientados.

Os membros da sociedade civil pedem à Procuradoria-Geral da República (PGR), assim como à Procuradoria Militar, “no sentido de investigar este comando, onde fica a sua unidade, quantas vezes tem se apresentado nas formaturas de rotina, e  que poderes tem esse militar de estar apoderar-se das zonas de garimpo”.

Reacção do comando municipal da polícia nacional do Cuango

O portal Rádio Angola contactou o Comando Municipal da Polícia Nacional do Cuango, sobre o incidente ocorrido com os garimpeiros. Uma fonte da corporação avançou que o acto ptotagonizado é punível por lei e assegurou que o suposto autor poderá ser penalizado.

Radio Angola

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