CACUACO: MARGINAIS MATAM PAI E FILHO NO BALUMUKA

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António Manuel Zinga, de 56 anos de idade e seu filho Manuel António Zinga, de 30 anos de idade, foram mortos por marginais no sábado último no bairro Balumuka, município de Cacuaco, em Luanda.

Texto de Simão Hossi

A acção dos marginais aconteceu na madrugada do dia 7 de Abril. António Manuel Zinga era professor do primeiro ciclo na província do Bengo e o seu filho, Manuel Zinga, estudava jornalismo no Instituto Bíblico de Angola, afecto à Igreja Evangélica Baptista de Angola (IEBA). Foram ainda roubados de casa um televisor plasma e um aparelho de televisão por cabo.

João Manuel Zinga, o primogénito de António e irmão de Manuel, acredita que os marginais foram à casa com intenção de matar. Eram quatro jovens. João contou que os mesmos entraram no quarto de um dos seus irmãos menores de idade e dispararam para o matar mas a bala não o atingiu. O órfão falou que quando os marginais perceberam que o seu irmão fugiu ileso decidiram arrombar a porta dos aposentos de seu pai, a parte maior da residência, onde agrediram todos os presentes.

“Eles diziam que não vieram para matar crianças mas apenas homens. Falaram à minha irmã com o seu bebé ao colo que iriam dar na parte que mais dói, que é matando o meu pai”, narrou João Zinga. E foi na sequência dessas ameaças que os assassinos atingiram mortalmente o pai, cumprindo o que afirmavam.

Manuel Zinga foi morto com uma bala certeira disparada na cabeça. O disparo foi feito tão logo ele entrou em casa dos pais para verificar o que causava tanta confusão no interior.

O adolescente que escapou à morte imediatamente foi à esquadra policial do bairro, e lá encontrou apenas o comandante do posto e outro agente, tendo este último lhe dito que não havia capacidade humana e material para deslocarem-se à casa da família aterrorizada.

O sentimento de revolta e apelo à justiça é o que mais se ouvia por parte da família, amigos e vizinhos.

O pai do malogrado António e avó de Manuel diz que contactou directamente o comandante da esquadra da Mulemba, também conhecido como «esquadra do Sacriberto», e exigiu que seja feita justiça pela morte do seu filho e neto.

Poucos dias depois receberam informações de que dois suspeitos de terem cometido o crime estão já detidos. Contactado pela Rádio Angola, o porta-voz do comando provincial da Polícia Nacional Mateus Rodrigues confirmou a detenção mas sem dizer quantos, e adiantou que as investigações continuam.

A criminalidade no bairro Balumuka tem aumentado a cada dia, disse o morador e vizinho da família vítima Wilson Satolo. Lamenta por não existir esquadras móveis nos arredores, o que tem obrigado jovens a fazerem o papel de agentes policiais em algumas momentos para dar a mínima segurança aos moradores. Disse ainda que os assassinatos na zona são recorrentes.

António e Manuel deixam viuvas e filhos e, o seu funeral esta previsto para amanhã terça feira.

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