Antigos refugiados angolanos na Zâmbia e Namíbia dizem-se abandonados pelo Governo de Benguela

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Mais de duzentas famílias, que em 2012 regressaram a Angola como refugiados dos países vizinhos como a Zâmbia, República Democrática (RDC) e da Namíbia, por forças do conflito armado, que terminou em 2002, lamentam que estão votados ao abandonado pelas autoridades de Benguela e alegam que enfrentam uma vida de “miséria e indigência”.

Faustino Dumbo | Lobito

A residirem no bairro da “Boa-Esperança”, na província de Benguela, os mais de duzentos populares, contam que, quando em 2012 regressaram ao país, eram com a “esperança” de uma vida melhor, tal como foi a promessa do Governo de Angola.

Mas, lamentam que, passados quase oito anos as famílias continuam a viver em péssimas condições humanas. “Quando regressamos ao país, o governo angolano prometeu-nos casas, energia, água, emprego, escolas e hospitais para os refugiados, mas até aqui nada se vê”, disse um dos moradores.

Os antigos refugiados na Zâmbia, Namíbia e RDC lembram que, por altura do seu retorno a Angola, as autoridades angolanas na ocasião sob liderança de José Eduardo dos Santos, teriam persuadido aos refugiados a não levarem mais nada dos seus pertences, pois, “já vão encontrar todas as coisas novas em Angola”.

“Neste preciso momento estamos a passar por momentos difíceis e sem saber onde vivemos, já que a única solução são as cubatas de chapas e papelões”, disse outro morador.

Alegam ainda que correm muitos riscos por falta de segurança pública, não há no local centros de saúde, mercados, energia eléctrica, água potável bem como  escolas públicas ou privadas.

O senhor Argelino, 65 anos, ex-refugiado na Zâmbia disse a este portal que “tem havido falta de vontade política do Governo da Província de Benguela” diante do clamor daquele povo que precisa de quase tudo para sobreviver.

Afirma que os populares são obrigados a percorrer longos quilómetros a busca do preciso líquido que dá vida (água), para além da fome que as famílias passam quase todos os dias.

Em 2012, as autoridades de Benguela anunciaram a construção de um mercado, posto médico, colocação de iluminação pública e escolas para o bem da comunidade, “mas até aqui só estamos a ver o sofrimento diário com os filhos”, disse um ancião da comunidade.

As crianças que nascem e cresce no bairro Boa-Esperança, em Benguela vivem fora do sistema normal de ensino por falta de estabelecimentos escolares.

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