Anastácia Gabriel “Ngudi-a-Nkama”: A 13ª Rainha da Lunda-Norte
O dia 30 de Agosto de 2019 fica, certamente, na história dos povos da Lunda-Norte, pois a população do município do Cuango testemunhou à entronização de Anastácia Gabriel, a 13ª Rainha Ngudi-a-Nkama da Lunda-Norte elevada ao trono.
Por: Jordan Muacabinza
A cerimónia foi de muita expectativa, em que os presentes fizeram ouvir seus assobios e gritos de alegria ao ver sair de uma fortaleza feita de pau-a-pic coberta de capim, a nova Ngudi-a-Nkama que traduzido significa, “Mãe das Cem”, exibia a volta do pescoço, um enorme cordão dourado, (kissanda), sobre o peito, com uma pele de animal, já no braço direito empunhada com um machado (símbolo de autoridade), o longo e lindo vestido de trajos africano escondia os pés que caminhavam sobre uma pele de animal, porem, o passo da Rainha, era lento e compassava com o som do batuque tocado por um membro da linhagem, que transmitia a ideia de estarem intensivamente sintonizados.
A mesma (Rainha) meneava a cabeça enquanto caminhava num passo senhoril, esbanjando toda beleza que despertava mais e mais a curiosidade dos presentes que a custa de apertos e empurrões, lutavam para registar a cada acontecimento.
Várias figuras governamental, eclesiásticas e políticas, escalaram, nesta sexta-feira 30 de Agosto, a comuna do Luremo, município do Cuango na Lunda- Norte, para ver o histórico ritual e a ascensão ao trono da bela jovem, na mais alta cadeira daquele povo. Entre estes, constaram na lista de convidados, Deputados a assembleia nacional do circulo provincial, das forcas Armadas angolana, familiares.
Ao som do batuque, os nativos e curiosos serpentearam os pés dançantes e em coro entoavam canções de boas-vindas a Anastácia Gabriel, a 13ª Rainha Ngudi-a-Nkama, ao ser elevada ao trono, na manhã de sexta-feira, 30 de Agosto último, na aldeia com mesmo nome (Ngudi-a-Nkama), comuna do Luremo, município do Cuango, província da Lunda-Norte.
A vice-governadora provincial da Lunda Norte para esfera política e social, Deolinda Odia Satula Vilarinho, em representação do Governador Ernesto Mungala considerou na altura que se tratava um momento ímpar e que visava mostrar a sociedade angolana e o mundo, a grandeza cultural da Lunda-Norte, que não deixa escapar os usos e costumes dos povos.
“Lunda-Norte é uma província multicultural, e o papel do estado assenta em continuar a trabalhar juntos com a população na conservação e divulgação dos usos e costumes do nosso povo. Sendo a autoridade tradicional parte deste mesmo governo, não poderíamos estar alheio a este evento”, disse a governante.
Por sua vez, a directora provincial da Cultura da Lunda-Norte, Esmeralda Maximata, disse por seu turno, que a direcção que dirige, em colaboração com as autoridades tradicionais e população em geral, tem tudo feito para conservação dos elementos cultural ao nível da província. “Dentro das nossas responsabilidades, continuaremos a trabalhar para que a Lunda- Norte, continue a destacar-se na cultura em Angola”, sustentou.
A 13ª Rainha Ngudi-a-Nkama, toma posse com 40 anos de idade, Anastácia Gabriel é natural do Ngudi-a-Kama, comuna do Luremo, município do Cuango, província da Lunda-Norte.
Nasceu aos 06 de Novembro de 1979, é filha de Gabriel Ndengue, e de, Henriqueta Maria Mphango, ambos naturais da comuna do Luremo.
O povo Suku
É um subgrupo do reino do Kongo-a-Ntotila I. Que pode ser encontrado na província de Bandundu na vizinha República Democrática do Congo e no município do Cuango, província da Lunda-Norte em Angola.
Basuku constitui um dos povos formado pelo grupo etino linguístico Kikongo. Tem sua origem no município de Noque, província do Zaire, que procurou atingir o rio Cuango, devido aos benefícios do gran
Reza a história que, entre os anos 1760 a 1770, Basukus sob a liderança de Makumbu Ntota Ntsengo (primeira Rainha Ngudi-a-Kama) e mais 100 tribos, atingiram o rio Cuango, local onde actualmente encontram-se, precisamente na área da Missão Musuku, na comuna do Luremo.