ADOLFO MARIA: «O MPLA FOI CRIADO EM 1960, VIRIATO DA CRUZ FOI O HOMEM QUE O ARQUITECTOU»

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O nacionalista Adolfo Maria fala em exclusivo ao Novo Jornal sobre o tema do momento: as lideranças no MPLA. Discorda da presença de Ilídio Machado na lista dos ex-presidentes dos camaradas, “por não existir na altura o MPLA”, e atribui o mérito a Viriato da Cruz, a quem aponta como sendo o homem que arquitectou a formação do partido, mas em 1960.

Tal como já havia feito no seu discurso de tomada de posse como PR, João Lourenço volta a surpreender com um discurso que se distancia, e muito, do seu antecessor. Estamos perante uma reconciliação com a real história do partido ou ainda perante meias-verdades?

Penso haver uma vontade de ultrapassar a narrativa oficial do partido que tem vigorado até agora. Não será fácil porque parte essencial dessa narrativa foi feita através de deturpações, omissões de factos e pessoas, aviltamento de personalidades que estiveram no nascer e crescer do MPLA.

JLo assume-se como quinto presidente do partido, uma questão que está também a despoletar um outro debate, na medida em que muitos afirmam que Ilídio Machado não chegou a ser presidente como tal do MPLA, mas sim de um dos movimentos que vão dar lugar ao MPLA. Qual é o seu posicionamento a esse respeito?

O MPLA não existia antes de 1960. Cito quatro factos que vivi ou conheci. Primeiro: na vaga de prisões desencadeada
em Luanda, durante 1959, pela PIDE [Polícia Política Portuguesa] contra os nacionalistas que actuavam em vários grupos clandestinos, nenhum de nós (incluindo Ilídio Machado) foi preso como membro do MPLA; segundo: em Maio desse ano, encontrei-me com Mário de Andrade em Paris, a quem relatei as prisões começadas em 29 de Março e a situação política em Luanda, conversámos várias vezes, levou-me à Présence Africaine, convivemos, perguntei pelo Viriato — afinal não estava em França. Mário fazia inúmeras perguntas sobre as pessoas presas. Também percebi que, no exterior, ainda não havia directivas para o interior, onde a polícia portuguesa ia desmantelando um a um os vários grupos; terceiro: Agostinho Neto chegou como médico a Luanda, vindo de Lisboa, em final de 1959. Nos primeiros meses de Abril de 1960, funda o MINA (Movimento para a Independência Nacional de Angola), com vários nacionalistas escapados da repressão do ano anterior, entre outros, Adriano Sebastião, Silas, David Bernardo, o padre Joaquim Pinto de Andrade, Pacavira; este último é enviado em meados de 1960 ao Exterior para contactos com outros angolanos que tinham criado o MPLA, depois da conferência de Tunis, em Janeiro de 1960. Pacavira contacta Matias Miguéis e Lúcio Lara e traz instruções para que, a partir daí, toda a actividade política em Angola se faça em nome do MPLA; quarto: na referida conferência de Tunis, em Janeiro de 1960, promovida pela Tunísia e pela FLN da Argélia, que fazia a luta armada pela independência, apareceu Holden Roberto e um grupo constituído por Amílcar Cabral, Hugo de Menezes e Lúcio Lara, que se apresentaram como membros do MAC (Movimento Anti-Colonialista) criado nos anos 50 em Lisboa por Mário de Andrade, Agostinho Neto, Lúcio Lara, Humberto Machado e outros estudantes universitários africanos. Portanto, em Janeiro de 1960 ainda não existia o MPLA. A partir daí, intelectuais angolanos no exílio, e que tinham estreitos contactos entre si, lançaram-se na tarefa de criar um movimento nacionalista com forte apoio no exterior. Viriato da Cruz será o grande arquitecto do MPLA, elaborando o programa e os estatutos. Será o secretário-geral, ou seja, o homem-chave da organização. A presidência é assumida por Mário Pinto de Andrade. Fazem parte desta direcção o “comité director”, Eduardo Macedo dos Santos, Matias Miguéis, Lúcio Lara e Hugo de Menezes; a que se juntaria mais tarde Deolinda Rodrigues. A primeira sede é na cidade de Conacri, capital da Guiné.

“Corrigir” (e vou colocar isso entre aspas) o assunto da liderança do partido implica necessariamente que se faça uma correcção ou que se assuma publicamente uma outra data de fundação do partido, que não o ano de 1956?

Esta pergunta leva-me a mais explicações. Em finais dos anos 40 e sobretudo nos anos 50 do século XX procuravam-se vias para acabar com a dominação colonial portuguesa. Isso compreendia um árduo trabalho de consciencialização das pessoas e começou por ser cultural, através da intervenção literária e da música (”Mensagem”, “Cultura” “Ngola Ritmos”, etc.) e, depois, político, com grupos fazendo reuniões clandestinas e panfletos; grupos que se formavam em função de várias afinidades dos seus participantes: familiares, étnicas, concepções ideológicas e políticas, também religiosas. Em 1955, formou-se em Luanda o primeiro PCA angolano, por iniciativa de Viriato da Cruz e que, entre outros, incluía Ilídio Machado, António Jacinto, Manuel dos Santos Júnior, Mário António. Em 1957, Viriato parte para Portugal e daí para um outro país europeu. Entretanto, a partir de 1958, começam a surgir em Luanda os diversos grupos clandestinos com as mais variadas siglas: ELA, MLN, PLUAA, segundo PCA, MLNA, etc.

E a polícia política nessa altura?

Toda a actividade clandestina viria a ser desmantelada pela PIDE durante o ano de 1959. No exterior, intensificavam-se contactos entre angolanos em Portugal e noutros países da Europa, assim como em África, sobretudo no Congo (então colónia belga, hoje RDC) onde existia uma numerosa comunidade de angolanos que ali procuraram emprego e se fixaram (o Congo, colónia belga, era bem mais desenvolvido que a colónia portuguesa Angola). Portanto, vemos que, no interior de Angola, o combate político estava mais avançado que no exterior, mas, aqui, multiplicavam-se os contactos entre nacionalistas e destes com dirigentes de países africanos, asiáticos e do bloco do Leste, assim como várias organizações ocidentais anticolonialistas, numa febril actividade para encontrar
eco para as lutas do interior e apoio para uma luta mais vasta. É neste contexto que surgem no exterior a UPA e o MPLA, que pouco depois recorrem à luta armada, passando assim o exterior a constituir o eixo do combate pela independência.

E como se dá o processo de criação da massa militante de uns e outros?

Nestes dois movimentos nacionalistas ingressarão vários militantes da luta clandestina dos anos 50 e, durante a luta pela independência, alguns deles passarão de um para outro movimento. Sucederá o mesmo nas prisões e campos de concentração coloniais, embora a enorme maioria escolha o MPLA.

E relativamente à necessidade de correcção da data de fundação do MPLA?

Lembrar que Viriato elaborou no exterior um documento escrito à mão com algumas cópias em papel químico — hoje a juventude não sabe desse método. Uma cópia está nos arquivos da Fundação Mário Soares, em Lisboa, e outra em Luanda, no magnífico acervo da Associação Tchiweka de Documentação; entidade que tem dado tão grande contributo para o conhecimento da história da luta nacionalista. Nesse documento foi depois acrescentada com letra e tinta diferente a data 10 de Dezembro de 1956. E porquê? Isso sucedeu no quadro dum feroz combate entre a UPA e o MPLA, cada um procurando maiores legitimidades, quer perante os angolanos, quer junto de países e organizações que concediam ajudas diversas à luta.

O que é que estava em causa exactamente?

A UPA dizia ter sido formada em 1957; na realidade teria havido no Congo uma UPNA — União das Populações do Norte de Angola. Não devemos escamotear que, desde 1961, a UPA perseguia o MPLA em toda a parte: no interior do país, matando militantes ou guerrilheiros do MPLA; no Congo, entre os refugiados, atiçando-os contra o movimento rival, na base de argumentação racial; o mesmo nos areópagos internacionais, onde, além desses argumentos, se dizia mais antiga, mais representativa, a única que fazia a guerra. Por isso, o MPLA tinha de ser forte na sua propaganda, utilizar o máximo deste meio. Por isso, a data de 1956 fez o seu caminho e eu próprio, embora discutindo com Lara este assunto, propagandeava esta inverdade histórica na rádio “Angola Combatente”. Fechava os olhos porque o principal era o combate político e, nesse combate, a propaganda tinha um papel importantíssimo na luta contra o inimigo colonialista e na afirmação interna e externa do MPLA.

E como posicionar o Ilídio Machado nesta história toda?

Ilídio Machado, um grande nacionalista, foi muito próximo companheiro de Viriato da Cruz, tendo sido preso em 1959 e jazeu na prisão durante anos. Viriato foi para o exílio em 1957 procurar formas adequadas de luta. Aí fez a sua análise, onde salientava que o momento não era de luta de classes, como se preconizava no manifesto do PCA, mas sim de procurar unir todos os sectores da população contra o colonialismo português num “amplo movimento popular de libertação”, frase que aparece na parte final desse documento que depois foi denominado de Manifesto e no qual se pôs data bem anterior à da sua feitura.

Ainda assim, fica-se por resolver a grande questão sobre quem foi de facto o seu primeiro presidente…

Penso que, com reflexão e serenidade dentro do MPLA, se deverá analisar todos os materiais e saber encontrar os adequados meios de explicar os equívocos históricos, pois eles são muitas vezes fruto de circunstâncias difíceis de avaliar com os olhos de agora. Mas, conforme o que relatei mais acima, é -evidente que o MPLA foi criado em 1960, Viriato da Cruz foi o homem que o arquitectou e o seu grande impulsionador organizativo; Mário Pinto de Andrade foi o primeiro presidente.

Um telegrama da Reuters, citado pelo jornal O Século, dava conta da eleição de Daniel Chipenda como líder do MPLA no Congresso de Lusaka. Ainda segundo O Século, Chipenda chegou a afirmar que estava por preencher o lugar de vice-presidente, cujo integrante poderia ser um membro da “facção Neto”. Ao passar ao lado deste episódio, não estará também João Lourenço a faltar à verdade histórica do partido?

O Congresso de Lusaka, que o MPLA aboliu da sua história, não chegou ao fim porque o grupo da direcção do Movimento se retirou intempestivamente dele. Recordo que esse congresso se destinava a acabar com as divisões então existentes e traçar nova estratégia. Perante a situação, que ainda tentou resolver, o grupo da Revolta Activa decidiu retirar-se também. Chipenda decidiu ficar com o seu grupo e fez uma reunião que o proclamou presidente do MPLA. Esse acto não tinha qualquer validade, pelos próprios regulamentos que regiam o referido congresso, nem levou ao reconhecimento internacional de Chipenda como presidente. Aliás, um mês depois, em Setembro desse
1974, houve uma reunião em Brazzaville, forçada por três chefes de Estado africanos, para unificar o MPLA e ficou acordado que Agostinho Neto seria o presidente, Chipenda e Joaquim Pinto de Andrade seriam vice-presidentes. Nem Neto nem Chipenda viriam a cumprir o que tinham assinado em Brazzaville.

A Resolução do VI Congresso refere-se a homenagens a serem realizadas, em tempo oportuno, a Mário Pinto de Andrade, Viriato, Ilídio, Matias Miguéis, Manuel dos Santos Lima, mas deixa outros nomes de lado… não se corre o risco de se estar a contar apenas uma parte da memória da história do partido ou uma espécie de fato feito à medida?

Não li a resolução. A referência a esses nomes pode ser só a título indicativo, tendo havido a intenção de fazer uma lista com mais nomes. Ou pode ser o sinal de um começo para, mais tarde, se estender a outros patriotas que tiveram actividade de relevo na luta de libertação nacional, nas fileiras do MPLA. Também é provável que se queira ficar pelos nomes agora enunciados. Vamos esperar.

Poderá João Lourenço promover uma verdadeira reconciliação com a história do partido, passando ao lado das facções (revoltas Chipenda, Activa e 27 de Maio) que emergiram do seio do partido?

Penso que não. Muitos e bons militantes foram alvos de injustiças tremendas, desde calúnias a exílios, prisões e fuzilamentos. E é preciso “limpar” o que foi feito para ficarmos todos em pé de igualdade, sem reservas nenhumas, quer perante o MPLA, quer perante a nação. Mas isso tem de ser feito com cuidado, ponderação, espírito aberto. Os que foram vítimas ou os familiares de vítimas não devem, de modo algum, procurar ajustar contas. Em suma, tem de haver espírito patriótico de todas as partes para evitar rupturas e conseguir-se uma sadia convivência nacional.

Terá sido o discurso de JLo um duro golpe à imagem de JES, se partirmos do princípio que estes factos ora relatados oficialmente eram um “não assunto” ao longo do mandato de JES?

Sem dúvida, embora a imagem de JES já estivesse desgastada há muito tempo. Mas penso que a principal intenção de João Lourenço foi a de lançar um aviso sério para dentro do seu partido, para alguns membros do círculo político e económico do poder e, simultaneamente, para o exterior, mostrando que exerce uma firme liderança e quer moralizar o Estado e a classe dirigente.

«JES devia ter anunciado a sua saída depois das eleições de 2008»

José Eduardo dos Santos teve 39 anos à frente do partido e 38 como Presidente de Angola. Larga o partido vexado, na sua opinião? E a ser verdade, sai vexado por sua própria culpa ou por culpa daquilo que tem sido a actuação de JLo?

Oficialmente, José Eduardo dos Santos sai galardoado: classificado de emérito e “arquitecto da paz”, com programa de celebrações em sua honra até 4 de Abril do próximo ano. Uma parte da população e muitos militantes do MPLA assim o considerarão. Outra parte vê-o vexado e regozija-se com isso. Na cerimónia de abertura do Congresso, que acompanhei na TPA, não vi da parte de João Lourenço intenção de o vexar, nem precisava, porque já estava dono e senhor da situação. Por outro lado, pareceu-me ver amargura no ex-presidente. JES teve um ano à frente do partido logo depois de ter terminado o seu mandato como Presidente da República.

O que lhe questiono é se Eduardo dos Santos teve ou não condições de corrigir estas imprecisões históricas?

Nunca nenhum dos dirigentes do MPLA esteve preocupado em corrigir imprecisões históricas. Pelo contrário, utilizavam-nas para apoucar os seus adversários externos e manter o ferrete sobre quem do próprio partido pensou diferente. Portanto, isso também não foi preocupação de JES e muito menos neste turbulento ano em que teve de conviver com as impetuosas medidas do novo Presidente da República.

Quando é que pensa que JES começa a cometer erros crassos que não viriam a abonar em nada a sua passagem pela liderança do país?

Sobre José Eduardo Santos, com quem convivi na segunda região política do MPLA, durante a luta, tenho várias referências escritas, por exemplo, no livro “Angola – Contributos à reflexão”. Vou aqui repetir algumas dessas ideias: quando, em 2002, Savimbi morre e a UNITA é vencida militarmente, José Eduardo dos Santos poupa os outros dirigentes e, com eles, faz assinar um acordo de fim da guerra; a paz instala-se, o país começa a respirar, as pessoas começam a circular, o Presidente vai ao estrangeiro buscar ajuda para a reconstrução nacional, que rapidamente introduz mudanças positivas no viver das populações. É com este enorme capital político que ele se apresenta às eleições de 2008 e o MPLA vence com números expressivos. Nesta fase, a sua imagem como “arquitecto da paz” impõe-se no país e no exterior.

Era o momento oportuno para largar a Presidência do país e do MPLA?

A partir daqui, ele vai desperdiçar um capital político imenso como nunca tivera nas quase três décadas à frente do MPLA e do país. Julgou que era o momento de se tornar ainda mais poderoso, o que o levou, em 2010, a querer uma nova Constituição à medida, a multiplicar os actos de nepotismo que há muito eram hábito da sua governação. Foi ficando descreditado perante grande parte da população, vítima das profundas desigualdades sociais e também perante simpatizantes, militantes e quadros do MPLA, com consciência social e com exigências de comportamento democrático do poder. Depressa se chegou a contestações que levaram a extremos repressivos devido à cegueira política do poder, como ficou evidenciado no caso dos chamados “revus”. JES devia ter anunciado a sua saída depois das eleições de 2008 e no quadro institucional então existente.

JES terá sido traído pelos seus ou pagou a factura de um mandato que visou criar uma espécie de “teoria geral do esquecimento”?

Quero primeiro lembrar que o MPLA, já no tempo da luta armada de libertação, tinha uma direcção autocrática, estando os poderes concentrados no presidente. Depois, com a independência, foi instaurada em Angola uma sanguinária ditadura, emanação das concepções e práticas vigentes no MPLA. Com a morte por doença de Agostinho Neto, sucedeu-lhe José Eduardo dos Santos. No país continuou o descalabro económico e continuou a singrar a corrupção, manteve-se a ditadura, mas os adversários do regime já não eram punidos com a morte. Entretanto, a guerrilha da UNITA obrigou o MPLA a sentar-se à mesa das conversações e, assim, nasceram os Acordos de Bicesse, em 1991, que consagravam tréguas militares e a realização de eleições, em Setembro de 1992, as primeiras desde a independência. A guerra civil foi retomada porque Savimbi não aceitou os resultados eleitorais e o país viria a sofrer durante mais 20 anos. É neste período que José Eduardo dos Santos reforça o seu poder e cria uma corte política e económica que dirige o país e enriquece-se despudoradamente através do Estado. O ex-presidente não foi traído por ninguém, mas sim pelos próprios erros, pela sua ambição pessoal que o tornou autista, impedindo-o de ver a realidade.

O que é que pensa que fica como legado de JES para o partido e para o país?

O legado negativo é a excessiva personalização do poder, a profunda desigualdade social, o descrédito das instituições e de substancial parte da classe dirigente, uma economia incipiente porque não se enveredou a tempo pela diversificação, as carências enormes na educação e saúde. O legado positivo é ele ter mantido a integridade territorial do país, apoiado as lutas emancipadoras na África Austral, conseguido a paz em Angola, ter dado passos para uma reconciliação nacional, feito a reconstrução das infra-estruturas que puseram o país a funcionar.

PERFIL:

ADOLFO MARIA nasceu em Luanda em 1935 e, desde jovem, entregou-se à luta pela independência, nas suas vertentes cultural, política e armada. Foi membro e fez parte dos corpos dirigentes da Sociedade Cultural de Angola e do Cine-Clube de Luanda, do corpo redactorial do jornal Cultura e foi jornalista no diário luandense ABC. Em 1959, foi preso pela polícia política portuguesa, a PIDE, e, em 1962, partiu para o exílio, onde foi um dos fundadores e dirigentes do Centro de Estudos Angolanos, em Argel. Em 1969, na II região político-militar do MPLA, dirigiu a Rádio Angola Combatente. Em 1974, formou-se uma corrente contestatária do “presidencialismo absoluto” no MPLA, a “Revolta Activa”, de que foi um dos dirigentes. Logo após a independência, responsáveis do MPLA, como represália, ordenaram a prisão de vários elementos dessa tendência, que se autodissolvera em 1975. Adolfo Maria consegue esconder-se da polícia política do então regime, a DISA, durante quase três anos. Foi expulso para Portugal, em 1979, Com Gentil Viana e Mário de Andrade. Fez parte de um Grupo de Reflexão que, no exílio, procurava caminhos para a paz em Angola durante a guerra civil.

Fonte: Novo Jornal | Nok Nogueira

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