Activistas de direitos humanos denunciam “brutalidade” policial na região Cuango

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 O uso da força policial contra os activista cívicos e defensores dos d direitos humanos aumenta cada vez mais na vila mineira de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte.

Rádio Angola

Para travar os actos que na visão dos activistas, configuram em constantes violações dos direitos humanos, tencionam convocar para os próximos dias, ondas de manifestações na região do Cuango com vista a chamar a atenção de quem de direito.

Os activistas relatam que, na manhã do dia 27 de Outubro último, agentes da Polícia Nacional em Cafunfo espancaram o activista Zacarias Zibandambela, 48 anos, quando saía de uma das lojas à compra de pregos.

“Posto na estrada encontrei dez agentes da polícia mistos com os agentes da SME e alguns efectivos da FAA, que faziam o seu trabalho não sei se estavam a recolher estrangeiros, mas quando tentei atravessar a estrada apareceu um agente de terceira classe da polícia, que me mandou parar impedindo que eu não atravessasse”, disse.

O activista disse que começou a ser agredido pelos agentes, encabeçados por um sub-inspector do Serviço de Migração e Estrangeiro (SME), identificado por “Sombo”, que de seguida após ter questionado as razões do seu impedimento para a não travessia da rua. “Ele disse são vocês que têm a mania de começar a ligar à toa, gostam interferir no trabalho dos outros”.

“O senhor agente pegou-me na argola da camisa e deu-me duas chapadas na cara e quando os demais efectivos chegaram queriam me algemar, tendo sido ferido o dedo indicador do braço esquerdo”, contou.

Os actos de abuso de poder protagonizados por agentes da Polícia Nacional em Cafunfo têm sido frequentes nos últimos dias, em menos de uma semana Cafunfo conheceu dois casos de agressão física contra pacatos cidadãos.

“Eu não posso apanhar bofetadas, uma vez que não cometi nenhum crime, por isso, naquele momento liguei para o comandante Municipal da Polícia, dando-lhe o ponto de situação”, mas para sua tristeza, disse que, mesmo depois de ter conversado com o comandante que teria tirado os seus dados pessoais, “infelizmente não ligaram para mim, por isso, achei conveniente denunciar o comportamento negativo dos efectivos da Polícia aqui no Cafunfo”.

Zacarias lembrou que, Jordan Mucabinza, outro activista e defensor dos direitos humanos, também foi espancado no dia 22 de mês passado por um investigador do Serviço de Investigação Criminal (SIC), quando fotografava um cadáver junto ao mercado local.

“Nós somos activistas defensores dos direitos humanos”, disse, acrescentando que “aqui já nos sentimos ameaçados, e não podemos continuar a viver sob ameaças de agentes da polícia, pois, assim estão a impedir que a sociedade fale de direitos humanos nesta região do país”, frisou.

Disse que apresentou uma participação no Departamento de Investigação e Ilícitos Penais (DIIP), na 2ª Esquadra contra o agente em causa. Os activistas apelam ao Comando Municipal da Polícia Nacional, para que os efectivos implicados em tais práticas sejam responsabilizados civil e criminalmente.

Rádio Angola contactou as autoridades policiais, que afirmam de ter tomado o conhecimento sobre casos de cidadãos que terão sido espancados, garantindo que os efectivos em causa poderão ser responsabilizados.

Radio Angola

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