A perspectiva da evolução a curto e médio prazos da situação de Angola é muito negativa – Luiz Araújo

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Se quisermos parar a condução do país, para uma situação de desastre maior do que aquele em que se encontra, temos que abdicar de tudo que tem barrado a estruturação de uma via alternativa de libertação.

Não se deve continuar a acalentar iniciativas individualistas de condução do povo por aventureiros, como se fossemos um rebanho, para se alavancar a ascensão ao poder de uma oposição parceira do MPLA, na realização da autocracia. Essa oposição que também visa se apropriar do Estado só será mais ditadura se alcançar o poder.

Há que reflectir agora com muita seriedade e rigor. Aproximam-se confrontos políticos  internos no MPLA cujo desfecho determinarão o futuro do país a longo prazo.

Com o fim do último mandato do JLo poderá haver uma grande turbulência causada pela disputa da liderança no MPLA, em combinação com um agravamento da velha disputa pela posse do Estado entre a UNITA e o MPLA.

Entretanto, a observação não revela movimentos da sociedade civil alternativos visando à organização de uma Terceira Via de libertação. Daí que, como nas últimas décadas, a sociedade continue encurralada, colocada no meio de um fogo cruzado e sem saída, obrigada a apostar na defesa da do regime autocrático do MPLA-Estado ou na instauração de um regime também ditatorial da UNITA, que é o que indicia a forma como vem sendo conduzida por Adalberto da Costa Júnior, o cavaleiro da oposição e da “sociedade civil” agregada à Frente Patriótica Unida (FPU).

Não é realista a perspectiva de mudança política nos próximos tempos para a realização do Estado de direito, da democracia e do desenvolvimento.

Portanto, há que estar preparado para ver a coisa afundar ainda mais.

Se não for urgentemente desenvolvida a Terceira Via de libertação, Angola tem tudo para se tornar o país mais turbulento, menos livre, mais desastrado e mais inviável do continente africano.

Luiz Araújo

Maio de 2023

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