Jovens criam bibliotecas comunitárias e oferecem material didáctico as crianças das zonas recônditas do país
A caravana solidária, é uma excursão que leva um grupo de jovens composto por jornalistas, profissionais de saúde, educação, electricistas, mecânicos e investigadores culturais ao interior do país, com o objectivo de promover actos de beneficência aos cidadãos das zonas recônditas.
O grupo denominado Zola Nkueno Hungu em Acção , cuja frase significa amor ao próximo, que até ao momento depende das pequenas contribuições dos seus membros e de algumas parcerias, tem feito deslocações com alguma regularidade para ir ao encontro de quem reside longe das grandes cidades onde existe a escassez de quase tudo.
Elsa Rocha, professora de profissão, explicou que sente uma paz no seu coração sempre que convive com os povos das aldeias, que se alegram com a presença do grupo que procura alimentar a esperança em dias melhores, tendo enfatizado que “o nosso objectivo é levar carinho e amor aos nossos povos”.
Ao chegarem ao Bairro Massunda e serem recebidos por crianças com muita alegria, Flaviano Panzo, um dos Mais Velhos do Grupo, expressou que ter empatia com o povo do interior é fascinante, mesmo sem bens materiais oferecem o bem mais precioso – o amor.
“Estou emocionado de tanto amor”
Catarina Mateus João, enfermeira numa das unidades sanitárias da Capital Luanda, contou, que das vezes, que integrou a caravana, não conseguiu conter as lágrimas ao ouvir o sofrimento por que passam as pessoas que vivem na chamada Angola profunda.
“Numa destas viagens , fomos ao Kwanza Norte município de Bolongongo, levamos cadernos, bolas e livros, postos num dos bairros deparamo-nos com senhoras que saiam da pesca , e uma delas não tinha sequer pano para se cobrir e tremia de tanto frio, os meus olhos não resistiram logo as lágrimas começaram a cair”, disse.
O Grupo Zola Nkueno Hungu em Acção, que tem a testa o jornalista Cândido Calombe, investigador cultural Almeida Panzo, e a professora Elsa Rocha, já realizou inúmeras expedições solidárias e culturais que resultaram na criação de seis bibliotecas comunitárias nas províncias do Bengo e Kwanza Norte, entrega de material didáctico a centenas de crianças, bolas para massificação do futebol, bem como efectuou palestras no intuito de incentivar os jovens a prática da agricultura e ao respeito aos valores culturais.
No que toca ao incentivo a prática do futebol, grupo firmou uma ligação com o ex-capitão dos Palancas Negras Akwá, que tem feito parte das idas aos municípios para que os talentos não nascem e morrem lá, pois, podem ter a força de resistir as barreiras para chegar a capital e assim concretizar a mata de jogar futebol numa das equipas do Girabola.
“Nós sabemos da importância que o Akwá e outras lendas do nosso futebol representam para os adolescentes e jovens das zonas recônditas, por está razão, sacrificamos os nossos orçamentos familiares para que estas pessoas conheçam os nossos craques que têm sido muito útil em mudar a mentalidade dos jovens”, disse o jornalista Cândido Calombe, que lembrou que “já levamos Akwá aos municípios de Nambwangongo, Kibaxi e Bula-Atumba”.
Nos últimos tempos, o grupo tem mantido contactos com líderes associativos , religiosos e distintas figuras políticas de modos a apresentar o projecto.
Para está época seca o grupo Zola Nkueno Hungu em Acção, programou saídas para as localidades de Kingonga e Gama, município da Vista Alegre Uíge, Kivota e Kindungue, Kwanza Norte, Mbanza Kongo e Soyo, Zaire, Cabinda e Lunda Sul.
A solidariedade e o intercâmbio cultural, mais uma vez , estarão em evidência durante as excursões.
Por Rádio Angola
Foto: RA