IURD em Angola colabora com autoridades para sensibilizar cidadãos para as Eleições Gerais de 2022
A Igreja Universal do Reino de Deus em Angola (IURD), enquanto parceira do Estado compromete-se a trabalhar com as autoridades angolanas na sensibilização dos cidadãos para a participação no pleito eleitoral deste ano.
O compromisso foi feito neste domingo, 28, durante o culto de oração, em favor da paz realizado no espaço adjacente à catedral de Talatona, em Luanda, em alusão ao mês da mulher e que contou com a participação de mais de quarenta mil fiéis do sexo feminino.
O início da actividade decorrida num espaço aberto pertencente à congregação, ficou marcada por um “desentendimento” com efectivos da Polícia Nacional que pretendiam “impedir” a sua realização por alegadas “ordens superiores”.
Durante a sua intervenção, o líder espiritual da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, bispo Alberto Segunda, enalteceu o papel da mulher na sociedade, argumentando que “a figura da mulher, de elemento secundário, passou a ser algo extremamente importante na sociedade actual, onde ela exerce cada vez mais um papel de protagonista”.
“Embora ainda sofra com as heranças históricas do sistema social patriarcal em seu dia-a-dia. Com o tempo, graças às lutas promovidas, a mulher vem conseguindo aumentar o seu espaço nas estruturas sociais, abandonando a figura de mera dona de casa e assumindo postos de trabalho, cargos importantes em empresas e estruturas hierárquicas menos submissas”, referiu.
Alberto Segunda disse que, apesar de uma maior presença no mercado de trabalho, “ainda há uma desigualdade no que se refere aos diferentes gêneros”. Para ele, a mulher, em muitos perfis familiares, acumula tanto as funções trabalhistas quanto as domésticas e até as maternas, ficando, muitas vezes, sobrecarregada.
Referiu ainda que o número de mulheres ocupando cargos de nível superior nas empresas ainda é menor, embora elas constituam a maioria apta a pertencer ao mercado de trabalho.
“E por falar em trabalho, o salário da mulher ainda é proporcionalmente menor do que o dos homens na sociedade actual, factor que fica ainda mais crítico quando nos referimos às mulheres negras”, disse, acrescentando que “é por essa desigualdade ainda latente, fruto de um passado que deixou marcas na actualidade – em que a mulher era vista apenas para a reprodução e como um complemento do homem –, que surge a necessidade de lutar pelos direitos femininos”.
O bispo defendeu ser necessário “combater a cultura machista na sociedade (e isso não significa combater os homens), melhorar o acesso das mulheres a postos de trabalho e cargos elegíveis, promover melhores salários, efectivar o direito da mulher sobre o seu próprio corpo e sobre a sua liberdade individual, além de efetivar a proteção de mulheres ameaçadas em seus quotidianos”, considerou.
Importância da igreja no registo eleitoral
No acto que serviu também para apelar à população em geral, e às mulheres em particular sobre a necessidade da participação às eleições deste ano, disse que lembrou que continua o processo que se encontra na recta final
Na visão do líder espiritual da IURD, “igreja é a reserva moral da sociedade, e, por conseguinte, um parceiro do Estado para as questões sociais”, razão pela qual, segundo Alberto Segunda, “o Estado espera que a igreja exerça suficiente influência sobre as suas comunidades para a adesão efectiva dos cidadãos com capacidade de eleger e serem de eleitos no próximo pleito”.
“Pelo que a IURD compromete-se em colaborar na sensibilização para a participação massiva dos cidadãos nas próximas eleições gerais de 2022, pese embora faltam poucos dias para o encerramento do processo”, assegurou.