Lunda-Norte: Falta de BUAP gera descontentamento no seio da população de Cafunfo

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A falta de mais postos para o Registo Eleitoral Oficioso, na vila de Cafunfo e em outras localidades da região do Cuango, preocupa os habitantes no município.

 Jordan Mucabinza | Cafunfo

O descontentamento resulta do facto de, a população local, sentir-se “excluída” do processo, uma vez que, “não existe qualquer Balcão Único de Atendimento ao Público (BUAP).

Para os populares, as autoridades deviam instalar postos em todas nas aldeias, comunas e municípios da província da Lunda-Norte, para que ninguém fique de fora das eleições gerais previstas para Agosto deste ano.

“Isto pode se traduzir que o MPLA de João Lourenço está perante uma fraude nas próximas eleições”, disse um dos munícipes de Cafunfo.

Segundo os habitantes, que essas eleições gerais de 2022, “estão eivadas de vício e fraudes, porque logo no início da actualização de registro eleitoral, nota-se que não há transparência, não realidade, nem tão pouco se quer há realidade, porque o MPLA já sabe que, se na verdade permitir que em todos mercados eleitorais haja postos suficientes, o MPLA poderá colocar mão na consciência”, disse um reverendo que preferiu anonimato.

Os membros da sociedade civil desafiam o Presidente da República, João Lourenço e o seu partido – MPLA a realizar eleições justas, livres, democráticas e transparentes, “tendo em conta o seu slogan corrigir o que está mal melhorar o que está bem”.

Para o efeito, defende a abertura de mais postos do Registo Eleitoral Oficioso, em Cafunfo, que segundo apurou o portal Rádio Angola existe apenas um BUAP para atender milhares de cidadãos eleitores.

“Muitos estão a pagar seis mil kwanzas para poderem se deslocar até à sede do município do Cuango para a actualização dos dados, percorrendo mais de 50 quilómetros”, denunciam.

Entretanto, o PRS entende que a vila mineira de Cafunfo, foi “colocada de fora” neste processo, pelo facto de o MPLA não gozar de boa simpatia junto da população, devido à “má governação”.

“O Governador Ernesto Muangala e o administrador do Cuango, Gastão Kahata Júnior Goge, excluíram o sector de Cafunfo por o partido no poder não ser bem-vindo, escolhendo deste modo a comuna de Luremo por ser uma localidade de influência de militantes, e isto é que levou o MPLA na Lunda-Norte desviar o barco por onde havia materiais do BUAP”, disse o secretário do PRS em Cafunfo.

Já, o secretario municipal do maior partido da oposição (UNITA), Neves Txabauacali, afirmou ter notado ausência de mais postos do registro ao nível municipal do Cuango e especialmente em Cafunfo, isto tem preocupado o seu partido, por isso, defende a criação de mais BUAP na região e que o governo prorrogue o prazo para mais 30 dias.

“Dada à falta de balcões, a UNITA, pretendia realizar uma manifestação pacifica para exigir a criação de postos em Cafunfo, mas o protesto não foi autorizado pela administração local”, lamentou o político.

A Rádio Angola contactou a uma das responsáveis do único BUAP em Cafunfo, que sem gravar a entrevista, disse que “nesse momento temos um computador e uma máquina, pois o resto de equipamentos encontra-se avariados, aguardando assim pelo técnico”, que segundo disse virá da sede do município do Cuango.

“Não estamos a conseguir trabalhar porque se precisa de um reforço para que hajam mais”, reforçou.

Radio Angola

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