Manifestantes protestam contra destituição de ACJ da presidência da UNITA
Milhares jovens saíram este sábado, 16, às ruas de Luanda para protestar contra o processo judicial no Tribunal Constitucional (TC), que levou à destituição de Adalberto da Costa Júnior da liderança da UNITA, pedindo o fim do MPLA no poder e mais oportunidades de emprego para os jovens.
O transito na Av. Deolinda Rodrigues esteve cortado desde às 13:00 deste Sábado porque centenas de jovens de vários municípios saíram às ruas e concentraram-se no largo do cemitério da Santa Ana, marchado de seguida até ao largo da Independência, ou 1º de Maio, em protesto contra o partido no poder e contra os “ataques” do regime aos principais protagonistas da oposição em Angola.
Ao longo do percurso entre o Cemitério da Santa Ana e o Largo 1º de Maio, a Polícia Nacional montou um forte esquema de segurança com largas dezenas de elementos dos diversos sectores, como as brigadas caninas, a PIR ou ainda as unidades motorizadas, entre outras.
Os participantes no protesto exigiram emprego, saúde, educação e justiça para todos. Com cartazes escritos onde se podia ler recados para o Presidente João Lourenço a quem lembravam que “o povo tem fome” que “o povo está cansado” ou ainda que “o povo não é gatuno” ou ainda: “Queremos uma mudança” e “Adalberto da Costa Júnior, o povo te ama”.
“Estamos aqui hoje para deixar a mensagem ao Presidente da República de que nós somos um Estado Democrático e de Direito e não permitimos que o MPLA interfira constantemente no poder judicial”, lembrou Dito Dali, porta-voz da manifestação, ao Novo Jornal.
O manifestante salientou que Angola adoptou o multipartidarismo desde 1991 “e, até hoje, o que deve fazer é respeitar as leis e respeitar a competitividade, ninguém pode ter medo de competir com Adalberto, Abel ou com o Filomeno Viera Lopes”.
“O Adalberto conseguiu granjear um capital político que lhe foi entregue pelo povo, o povo identificou-se com Adalberto, o povo quer alternância e a figura que encontrou para essa alternância é o Adalberto da Costa Júnior. Não queremos que o camarada João Lourenço, venha interferir constantemente na liderança da UNITA”, afirmou, destacando que o povo quer mudança, o povo tem fome, o povo não rouba, o povo quer emprego e saúde”.
No Largo 1º de Maio estavam, pela hora de almoço de Sábado, cerca de quatro centenas de pessoas, na sua larga maioria jovens, que persistem em manifestar a sua indignação pela forma como o País tem estado a ser gerido.
Também neste dia, em diversos pontos da província de Luanda, e do resto do País, centenas de militantes do MPLA organizaram eventos de regozijo pelo discurso do Presidente da República na Assembleia Nacional, na sexta-feira, na forma de discurso do Estado da Nação, na abertura de mais um ano legislativo, o último de João Lourenço neste mandato.