População da Lunda-Norte defende benefícios às comunidades dos diamantes explorados na região

Os habitantes da Província da Lunda-Norte dizem que os diamantes, que são explorados nos dias que correm, devem beneficiar as comunidades locais e não como na governação anterior de José Eduardo dos Santos, cujo beneficio serviu apenas para à classe da elite angolana, deixando assim zonas sem estradas, sem água, sem luz eléctrica e pobreza extrema.

Jordan Muacabinza
Fonte: Rádio Angola

Diante da pobreza e miséria extrema, que grassa as famílias, as populações do município do Cuango, por exemplo, pedem ao Presidente da Republica, João Lourenço, no sentido de “pensar mais de duas vezes”, quanto ao sofrimento deste povo que “vive por cima dos diamantes”, mas que beneficiam apenas os generais, membros do Bureau Político e do Comité Central do MPLA.

Os diamantes são uma dádiva que Deus ofereceu aos habitantes da Lunda-Norte, visto que desde 19112, até a apresente data já se passaram 108 anos e, a Lunda-Norte estaria a brilhar mais do que os diamantes, facto que os habitantes desta parcela do país consideram de não ter havido dirigentes com espírito de transformar a região leste mais brilhantes com a exploração das pedras preciosas, pois, o país sempre foi governado pelos saqueadores.

O “descontentamento” dos populares resulta do facto de, na última semana, um grupo de cidadãos garimpeiros, que lutam pela sobrevivência com a exploração artesanal de diamantes, teriam conseguido de 147.40 quilatares, supostamente encontrada num, que era financiado pelos cidadãos estrangeiros de nacionalidade Guinense, residente em Cafunfo.

Para Cardoso Xindani ouvido pela Radio Angola, o diamante tem de beneficiar habitantes desta região, que vivem por cima da riqueza, mas não têm água potável, energia eléctrica, estradas asfaltadas, falta de saneamento básico, ausência de escola tecno-profissionais e hospitais e não pode acontecer como na época da administração do José Eduardo dos Santos.

A população desmente a informação que foi veiculada nas plataformas de notícias, dando conta que a apreensão da pedra ocorreu na via pública, onde dois cidadãos teriam sido encontrados em sua posse de forma ilegal com um diamante de 147 quilates, na localidade de Cafunfo, município do Cuango.

“Esta informação foi mal prestada, pois quem denunciou a referida pedra foi um angolano que esteve detido durante dois dias”, disse um dos munícipes.

De acordo com denúncia dos populares, “se a pedra foi apresentada não significa que o bom trabalho dos mandantes do SIC, a mesma estava sendo comprada na residência dum oficial da Policia Nacional de Cafunfo, e o responsável que esteve no acto de venda havia recebido 15 mil dólares”.

A referida pedra custou das mãos de garimpeiros 4.500 dólares mil dólares e os cidadãos do oeste africano também beneficiaram de 5.500 dólares mil dólares, depois de a “bala ter feito ricocheta”, os 15 mil dólares foram devolvidos a um terceiro, e se hoje surgem os “aparecedores” a dizerem que foram eles é que apreenderam a pedra, dando a entender que são “bons camaradas diante dos seus superiores”, denunciam garimpeiros.

Entendem que, na Lunda-Norte, “andar com os diamantes não é crime, nem tão pouco praticar garimpo se é crime”, pois segundo eles, “já se passaram 108 anos, concretamente um século e os diamantes é que garantem a todos a sobrevivência tanto de populares, comandantes da Policia Nacional, das Forcas Armadas Angolanas, efectivos da SIC, entre outros, todos são garimpeiros.

Operação transparência “negócio” dos comandantes

Na visão da população do Cuango, a “operação transparência” foi uma simulação, porquanto, ao contrário do que tinha sido programado, o plano de combate ao garimpo ilegal, tráfico de diamantes e repatriamento de todos os estrangeiros nas zonas de extração mineira, cujo programa estender-se-ia até ao ano 2022, no Cuango “nada se faz sentir”.

O que houve, segundo as denuncias, foram protegidos e acobertados os estrangeiros nos municípios do Cuango, Muxinda, Xamiquelengue, Xa-Muteba, Kavuba, Bananeira bem como no sector de Cafunfo, em que as casas de venda e compra de diamantes continuam abertas.

“Os senegalês, malianos, guinenses, libaneses e mauritanianos, continuam a comprar diamantes e a patrocinar grupos de garimpeiros, a título de exemplo a pedra de 147.40 saiu num buraco patrocinado pelos cidadãos Sidiba Dialo, também conhecido pelo Silva de 36 anos de idade, natural de Guine Concry”, afirmam.

Acrescentam que se trata de uma “pura mentira” transmitida ao Presidente da Republica, João Lourenço, de que a pedra foi “apanhada no acto da operação transparência”, pois para os populares, a “pedra só apareceu porque não houve entendimento entre as partes envolvidas e porque devolveram os tais 15 mil dólares?”, questionam os habitantes da Lunda-Norte.