WAKU KUNGO: JURA ACUSA ADMINISTRAÇÃO DE MÁ GESTÃO DO OGE

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A JURA, organização da juventude do partido UNITA, acusou a administração municipal da Cela, no Waku Kungo, província do Cuanza-Sul, de estar a gerir mal as verbas orçamentais do Estado.

Texto de Pinto Muxima

Em entrevista à Rádio Angola, Castanheira Martins Mungongo, secretário municipal do braço juvenil do maior partido da oposição naquele município disse que “há muitos problemas que assolam a população e não estão a ver exactamente o trabalho da administração local”, apontando as verbas que o município tem merecido do Orçamento Geral do Estado (OGE).

O líder juvenil recordou que o município da Cela “já foi considerado o celeiro da África por ser um município potencial em agro-pecuária, isto nos anos 50 a 80”.

“Mas a partir do ano 2002 em que as armas se calaram no país, notou-se um desenvolvimento tal que aspirava os munícipes que teríamos um nível de desenvolvimento um pouco mais avançado, mas foi-se decaindo esse desenvolvimento por causa da ambição dos nossos governantes”, lamentou.

O município da Cela tem duas comunas – Sanga, que dista 75 km a leste, e Kissanga Kungo, a 12 km a sul da sede municipal. O município destaca-se em vários sectores, quer industriais, como económicos, de referências onde “temos o projecto Aldeia Nova que dista a 3 km da sede municipal, projecto que produz leite, iogurte, galinhas, ovos. Infelizmente estes produtos não são comercializados nas nossas praças, vão para outras províncias. Temos a Sediac, Temos a Fazenda 26 onde produzem fuba, mas todos os produtos o povo não conhece”, frisou Castanheira Mungongo.

Questionado sobre o orçamento que o município tem recebido do OGE, aquele dirigente disse desconhecer, acrescentando que, “pelas condições em que o município se encontra, não parece que tem havido mesmo a verba do OGE para este município”, e citou o estado degradado das estradas e “a cidade encontra-se coberta de capim. É uma vergonha!”.

Mungongo referiu que a sua organização gostaria de ver a administração local a gerir com “ponderação e responsabilidade” o dinheiro público.

“O município carece da atenção especial do Estado porque, falando do sector da saúde, nos hospitais não há medicamentos e até seringa o doente tem de comprar, caso contrário não poderá ser atendido. No sector da educação, não há escolas e as crianças continuam mesmo a estudar por baixo das árvores”, denunciou.

O secretário disse ainda que a convivência entre o partido que representa e o MPLA tem sido pacífica, com respeito à diferença, pelo que ambas formações políticas têm conversado regularmente para discutirem os problemas dos munícipes.

Castanheira Martins agradeceu pela preocupação da Rádio Angola em fazer-se presente e ajudar na democratização do país.

A nossa reportagem tentou contactar a administradora municipal da Cela Amélia Agria Russo, mas tão logo viu o nosso repórter à entrada da administração orientou ao segurança para que dissesse que não tinha tempo para o receber.

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