UNITA afirma poder político mantém submissa justiça angolana

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O líder da UNITA considera que o país tem uma governação incapaz de cumprir com as promessas eleitorais, um ano depois da realização do pleito eleitoral e que mantém decidida submisso o sistema judicial, violando constantemente os direitos e as liberdades dos cidadãos.

Ao discursar nesta quinta-feira, 5, na província de Malanje, na abertura das Jornadas Parlamentares da UNITA, que decorrem sob lema: “pela democracia, cidadania e desenvolvimento inclusivo”, Adalberto Costa Júnior lamentou a contínua existência de um poder executivo que exibe a extrema censura na comunicação social pública, sem qualquer pudor.

Segundo o líder da UNITA, o Governo suportado pelo MPLA “perdeu o controlo dos limites éticos e morais na busca de vantagens políticas, destruindo a imagem de instituições, deslocadas das suas missões tradicionais e colocadas na promoção do ódio”.

O político na oposição insistiu que “temos uma governação que persiste na contratação sem concursos públicos, na institucionalização da corrupção, na venda de património público ao desbarato, na promoção de monopólios que destroem o tecido económico e combatem o sector empresarial”.

Estas jornadas, referiu Adalberto Costa Júnior, devem reflectir sobre como resgatar a esperança de um povo generoso, que para ele deve abraçar acções e iniciativas que defendam e protejam uma juventude resiliente e corajosa.

Instou que o Grupo Parlamentar do seu partido deve abraçar estratégias que permitam resgatar “o país de um grupo de oligarcas que engordam o seu património pessoal à sombra de um sistema partidário e clientelar”.

“Peço aos digníssimos deputados que coloquem todo o vosso saber, inteligência e dedicação ao serviço do angolano e da construção de uma Angola que cuide melhor dos seus filhos, que restaure a esperança num futuro melhor para todos”, disse.

Pediu ainda aos deputados que “abracem iniciativas de protecção da vida, de defesa intransigente das liberdades e dos direitos cívicos e políticos dos filhos desta nossa Angola. Que o grupo parlamentar tome iniciativas legislativas que permitam a realização das autarquias em 2024 e que exponham sem limites os partidos que viraram as costas ao seu povo e os conduzem à pobreza e ao sofrimento”.

Na sua intervenção, o presidente do maior partido na oposição salientou que “se a UNITA fosse governo teríamos realizado este ano, eleições autárquicas, em simultâneo e em todos os municípios do país”, pois na sua visão “os angolanos teriam mais direitos. O país teria instituições mais democráticas, seria muito mais inclusivo, mais dialogante e teria menos pobreza e seguramente menos exclusão”, frisou.

A UNITA entende que “não há mais razões objectivas para se adiar este passo importante no sentido da real democratização do país e a única explicação para as persistentes hesitações do partido que sustenta o regime no que toca à institucionalização das autarquias é o pavor que tem de perder o poder, já que as autarquias e o poder local são de facto uma forma de devolver o poder ao soberano, o povo”.

As XI Jornadas Parlamentares estão a ser realizadas na cidade de Malanje e encerram no sábado, 7, com um comunicado final.

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