TEIXEIRA DUARTE ABANDONA OBRA DE ZENÚ DOS SANTOS
Acossado pela justiça britânica e com processo judicial à perna em Angola, o antigo PCA do Fundo Soberano acaba de somar mais um desaire: a Teixeira Duarte paralisou a construção de um prédio de vários andares que Zenú dos Santos estava a erguer no espaço que antes pertencia à Maternidade Lucrécia Paim (MLP), em Luanda.
Texto de Ilídio Manuel | no Facebook
A construtora portuguesa que estava a executar o mega projecto no quintalão do Banco Quantum, nos arredores da Maternidade Lucrécia Paim, suspendeu as suas actividades retirando do local todo o equipamento e pessoal da construção civil.
Uma fonte bem informada revelou que foram afixadas inscrições no muro que veda as instalações do empreendimento a indicar que as obras terão sido embargadas. Esta situação ocorre poucas semanas depois da constituição de Zenú dos Santos como arguido da PGR num processo de desvio de cerca de 500 milhões de dólares dos cofres do Estado angolano.
Não foi possível apurar se a paralisação da obra resulta de alguma decisão judicial ou admnistrativa ou da falta de pagamentos por parte do filho do ex-PR, JES. Em alguns meios suspeita-se que a empreitada embora privada estivesse a ser financiada pelo Fundo Soberano.
Recorde-se que o terreno ocupado pelo Banco Quantum, afecto a Zenú dos Santos era propriedade do Ministério da Saúde até ser alienado sem concurso público.
Antes da construção do referido banco existia no espaço o Dispensário Anti-Tuberculose, assim como uma oficina, cuja exploração estava confiada a uma entidade privada, em regime de arrendamento. Diz-se, à boca pequena, que o arrendatário terá recebido 4 milhões de USD do Estado, em jeito de indemnização, para largar o terreno.
De acordo com fontes familiarizadas com o assunto, Zenú dos Santos terá comprado ou recebido o terreno que era tutelado pelo Ministério da Saúde, através de influências junto do então titular do pelouro da Saúde, Martinho Sanches Epalanga. A consolidação da entrega do mesmo terreno ao Zenú foi efectuada por outros dirigentes da Saúde, após a exoneração de Martinho Epalanga.
É dado adquirido que a cedência do terreno a Zenú dos Santos prejudicou a expansão da Maternidade Lucrécia Paim em termos de funcionalidade, visto que no mesmo espaço se projectava a construção de áreas para o benefício dessa unidade de saúde.
A transacção do espaço suscitou há uns anos um clima de raivas surdas, uma vez que os interesses públicos tinham sido preteridos a favor de interesses privados de um empresário do círculo familiar do ex-Chefe de Estado.