SECRETÁRIO DA CASA-CE NO MOXICO PAGO PARA SABOTAR MANIFESTAÇÃO

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Desde que a carta comunicando intenção de manifestação deu entrada no Governo Provincial do Moxico, a 6 de Fevereiro, se criou um reboliço como nunca antes visto nas hostes palacianas regionais.

Texto de Dito Dali

Desdobraram-se em contactos solicitando encontros com os organizadores, primeiro por via de SMS, para falar com o administrador do Luena, Waldemar Salomão, o que foi inicialmente recusado pelos organizadores por não ter sido a esta entidade que tinham endereçado a sua missiva.

Salomão Sapalo Lutchaji | DR

Assim sendo, o Governo Provincial produziu um documento de 3 páginas (nas imagens), julgando “improcedente, por não se justificar para já” a manifestação. Um desperdício de papel apresentando uma série de argumentos que, na OPINIÃO do senhor governador, justificavam que abusasse do seu poder, proibindo de forma implícita a manifestação.

 

Vendo que os jovens ignoraram liminarmente esta carta, o Governo Provincial voltou a tentar convocá-los para um encontro, dessa vez já com “S. Excia o Governador”. A solicitação foi, uma vez mais, feita por SMS e pelo… Director Provincial da Cultura, o ilustre Tony Nguxi (ver imagem). A isto, os jovens responderam com uma carta, na qual afirmam total disponibilidade para se encontrarem com o Governador, mas apenas DEPOIS da manifestação.

Entretanto, nos bastidores, um dos subscritores da carta, o jovem Salomão Sapalo Lutchaji, secretário-adjunto da CASA-CE no Moxico, foi mantendo conversas informais com o administrador do Luena, urdindo com este uma estratégia para abortar a manifestação.

Depois da negociação feita, Salomão atraiu os outros subscritores para uma reunião na qual foi declarado que o Governo estaria disposto a repor os valores já gastos pelos organizadores para a manifestação para que estes desistissem da mesma. Obviamente que tratava-se de uma clara tentativa de suborno, pois ninguém perguntou aos organizadores quanto tinham gasto e estava o governo a oferecer um milhão e seiscentos Kwanzas sob condição de que se retirasse a carta que tinham endereçado ao governador e que fossem à rádio anunciar a não-realização da manifestação.

Os organizadores desentenderam-se porque alguns achavam que tinham de ficar com o dinheiro enquanto outros nem queriam ouvir falar do assunto. A emissora local da rádio nacional está a passar um comunicado anunciando o cancelamento da manifestação, mas os organizadores que não se vergaram à pressão mantêm-na e irão estar amanhã às 15h00 diante do Governo Provincial para honrar com o compromisso assumido.

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