“Revús” manifestam-se sábado em Luanda para pedir demissão de chefe de gabinete do PR

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Por VOA
O auto-denominado Movimento Revolucionário, de Angola, cujos integrantes são conhecidos por revús, realiza neste sábado, 3, uma manifestação para exigir a exoneração do diretor de gabinete do Presidente da República, Edeltrudes Costa, supostamente envolvido em escândalo financeiros, de acordo com uma investigação divulgada pela imprensa portuguesa.

Benedito Jeremias, conhecido por Dito Dali, diz não entende como “perante este escândalo o Presidente da República mantém-se impávido e não exonera o seu inferior hierárquico, que se beneficiou de forma propositada desses dinheiros que foram investidos em paraísos fiscais”.

Aquele revú afirma que a manifestação vai partir do Largo da Independência e dirigir ao Palácio Presidencial para exigir ao Chefe de Estado “a exoneração do diretor do seu gabinete”.

A oposição angolana também já pediu esclarecimentos ao Governo.

As denúncias

A 21 de setembro, a televisão portuguesa TVI revelou que o Presidente João Lourenço, autorizou a contratação de uma empresa de consultoria de Edeltrudes Costa, EMFC – Consulting, S.A, que, entre outros negócios, visava a modernização dos aeroportos angolanos.

Este contrato, segundo documentos apresentados, rendeu vários milhões de euros em contratos públicos, tendo o dinheiro sido levado para Portugal, onde foi utilizado para comprar casas de luxo em Sintra e Cascais.

Costa enviou ainda dinheiro para o Panamá, utilizando uma sucursal do então Banco Espírito Santo (BES) na zona franca da Madeira.

A TVI apurou que vários contratos públicos foram conseguidos com o aval do Presidente angolano.

Outro contrato revelado refere-se a um serviço para a Comissão Nacional Eleitoral de Angola, num trabalho que a empresa de Costa fez para as eleições que terminaram com a vitória de João Lourenço.

Só com este negócio, Costa terá arrecadado perto de um milhão de euros, ainda segundo a TVI.

Outras denúncias

Em fevereiro o jornal português Expresso tinha revelado que Edeltrudes Costa recebeu em Julho de 2013, quando era ministro de Estado e Chefe da Casa Civil no consulado de José Eduardo dos Santos, 17,6 milhões de dólares, cuja origem se desconhece.

O dinheiro foi depositado numa das suas contas no Banco Angolano de Investimentos e 17 milhões foram aplicados em “títulos garantidos” daquele banco, disse o jornal citando documentos a que teve acesso

Um mês depois, outros cinco milhões de dólares foram depositados na mesma conta provenientes do empresário Domingos Manuel Inglês, tendo Costa levantado 1,25 milhões de dólares em numerário.

Uma fonte da Procuradoria-Geral da República disse ao Jornal de Angola não ter conhecimento de que Edeltrudes Costa tenha cometido qualquer crime.

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