Presidente do PADDA-Aliança Patriótica afirma que governação de João Lourenço “está de costas virada com o povo”
O líder do partido da Aliança para a Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA), Alexandre Sebastião André classificou como “negativa” a governação de João Lourenço, pois entende que à primeira vista “parece que a governação está de costas virada com o povo”.
Na sua visão, “não há aproximação” entre a governação do Presidente da República e a população do país, devido à “extrema pobreza que aumentou nos últimos anos”, sustentou Sebastião André, que ressalta que “o povo sente saudades do tempo do ex-presidente José Eduardo dos Santos”.
Falando à imprensa, o líder do PADDA-Aliança Patriótica frisou que, no início do seu consulado, após a eleição em Agosto de 2017, João Lourenço, segundo Alexandre Sebastião André “alimentou esperanças para a melhoria do quadro social”, mas de acordo com o político “perdeu-se pelo caminho”.
Defende por isso a industrialização do país para a mudança do “marasmo” que Angola se encontra. “Deve ser feita a revolução industrial em todo o país para se evitar a importação de produtos que podem ser produzidos localmente”.
Durante a entrevista, anunciou que, após a desvinculação da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), o seu partido está preparado para concorrer de forma isolada nas próximas Eleições Gerais previstas para Agosto de 2027.

A saída da CASA-CE aconteceu em Maio do ano em curso, e na altura, Alexandre Sebastião André (ASA) justificou a decisão em assembleia de militantes do PADDA argumentando que alguns integrantes da Coligação “não agregam valores para alcançar os objectivos preconizados na fase da sua constituição”.
O presidente do PADDA-Aliança Patriótica garantiu que “nos últimos meses” a sua formação política tem trabalhado “arduamente” para concorrer por “moto próprio”, realizando acções de sensibilização, que segundo Alexandre Sebastião André “tem atraído muito militantes para as fileiras do partido”.
“Estamos a fazer o trabalho de revitalização das bases e tem havido sucesso para a reconquista do nosso eleitorado”, afirmou, acrescentando que politicamente se sente “robusto”, pois tal como revelou, o partido está “enraizado” em todo o território nacional. “Estamos prontos para as Eleições Gerais de 2027”, garantiu ASA.
Disse que, por não ter assento no Parlamento, o PADDA sobrevive de contribuições e quotas dos próprios militantes do partido, apesar de admitido as dificuldades que enfrenta para as despesas atinentes com o arrendamento dos imóveis onde funcionam as sedes provinciais e outros encargos.
Vulgarizou-se o processo de condecorações
Durante a entrevista, o antigo deputado à Assembleia Nacional pela bancada parlamentar da Coligação CASA-CE, sublinhou que, enquanto partido político “emergente”, torna-se fundamental “incutir na mente dos jovens sobre a necessidade de se desfazer” daquilo que entende serem “amarras” do passado dos partidos que lideraram os movimentos da independência nacional.
Sobre o processo de condecorações levado a cabo pelo Presidente João Lourenço no âmbito das celebrações dos 50 anos da Independência Nacional, Alexandre Sebastião André pensa que o processo esteve “bem encaminhado” na primeira fase em que foi condecorado.
As últimas sessões de condecorações, segundo ASA, foram “vulgarizadas” ao ponto de deixar de ter “aquela glória da pátria”. Para o líder do PADDA, o Presidente da República, no tempo que lhe resta para o fim do seu consulado, “quer buscar simpatia com as condecorações”.
Alexandre Sebastião disse ainda que “não caberia numa cabeça sã” condecorar a todos, deixando de fora os nacionalistas Jonas Savimbi e Holden Roberto, figuras que para si lutaram muita nos seus Movimentos de Libertação contra o jugo colonial, que culminou com a conquista da Independência Nacional a 11 de Novembro de 1975.

