Presidente da UNITA afirma: “Serviços secretos em Angola revelam-se bastante cruel em defesa do regime”

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O líder da UNITA denunciou esta terça-feira, 10, que o seu partido tem em posse informações que dão conta da criação de um gabinete, operacionalizado pelos Serviços de Inteligência, que “está a alimentar ainda mais o objectivo de atacar, permanentemente, a UNITA e o seu líder, bem como todos quantos sejam identificados como adversários do actual regime”.

Numa comunicação à nação, Adalberto Cost Júnior revelou que se trata de uma task force que veio realimentar a produção da maior parte das fake news que circulam no espaço público, com as quais inquinam quer as relações institucionais como as pessoais, disseminando novamente o ódio entre os angolanos.

Segundo o político, estes gabinetes “actuam num triunvirato com já conhecidos órgãos similares que funcionam na órbita da Presidência da República e do departamento de
propaganda do próprio partido no poder”.

“Foram arregimentadas a esta task force várias individualidades, conhecidos opinion makers e jornalistas, a troco de automóveis de luxo e vivendas em condomínios de alto padrão”, denunciou.

No entendimento de Adalberto Costa Júnior “tais opinion makers prestam vassalagem ao regime com intervenções nos órgãos de comunicação social públicos e noutros media arregimentados, a partir dos quais se dedicam a vitimizar o MPLA, atacando a oposição genuína e a sociedade civil democrática”.

Para a UNITA estes métodos são, na generalidade, fielmente decalcados de sistemas e modelos de inteligency praticados por países de regimes totalitários e repressivos que o mundo civilizado e organizado abandonou há muito tempo.

“Portanto, hoje em dia, já não faz sentido que os Serviços de Inteligência no país persistam, como a denúncia do Major Lussaty dá conta, na prática tenebrosa de cárceres privados e interrogatórios brutais conduzidos directamente pelos mais altos responsáveis dos órgãos”, disse.

Entende que qualquer Serviço de Informação e Segurança do Estado tem, pela sua natureza, em princípio, como missão a busca incessante, processamento e fornecimento de informações credíveis e relevantes para um país.

“Trata-se de reunir dados de vital importância, de países, de organizações, e até, indivíduos, de modo a permitir que o Estado possa adoptar medidas contra ameaças, salvaguardando-se o interesse e a segurança nacional”, frisou.

Nesta ordem de ideias, de acordo com o presidente da UNITA, o objectivo último dos Serviços de Inteligência de qualquer país “é o de prevenir situações que destruam ou ameacem à segurança do Estado, tais como: crimes de colarinho branco, branqueamento de capitais, tráfico de seres humanos, de drogas, tráfico de influência e ameaças à segurança do Estado, espionagem económica, terrorismo transnacional e cibercriminalidade, tráfico internacional de armas; fundamentalismo religioso e migrações ilegais entre tantos outros”.

Disse que em relação às medidas que se tomam contra as manifestações, “está verificado que os órgãos dos serviços secretos angolanos se têm revelado de forma bastante cruel, em defesa não do Estado mas do regime angolano”.

“Em todas as situações deste género, tais operacionais saem impunes e sem que lhes sejam movidos processos crimes ou disciplinares”, lamentou.

Adalberto Costa Júnior acusou que tais actos denotam “como o Presidente da República e os Serviços de Inteligência angolanos desprezam e pisoteiam a Constituição, a Lei e o Povo que deveriam servir e defender”.

Denotam ainda que “como os Serviços de Inteligência angolanos atropelam a Constituição e a Lei, lesando o Estado Democrático e de Direito e como os Serviços de Inteligência angolanos subvertem e asfixiam as liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos ao interferirem, grosseiramente, no normal e regular funcionamento das instituições”.

Acrescentando que os Serviços de Inteligência são banalizados ao serem usados,
frequentemente para defesa dos interesses de pessoas e grupos de
indivíduos associados ao regime.

Para Adalberto Costa “urge reforçar garantias de que os Serviços de Informação e Segurança do Estado estejam em condições de salvaguardar os interesses políticos, económicos e diplomáticos do País no seu todo e não de uma elite política agarrada ao poder”.

“Se os agentes da secreta nacional correm, alucinadamente, atrás de 100 milhões de dólares, não há quaisquer garantias de que o combate à corrupção e ao tráfico de influências, bem como as acções de branqueamento de capitais, não estejam absolutamente comprometidos”, assinalou.

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