POPULAÇÃO DE CAFUNFO DENUNCIA ESQUEMA NA VENDA DE COMBUSTÍVEIS
A população do sector de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte, denuncia esquema na venda de gasolina e gasóleo, que segundo dizem, continuam escassos desde a “crise generalizada” que o país restou nos meses de Fevereiro e Março último.
Rádio Angola | Jordan Muacabinza
Segundo apurou a Rádio Angola, ao contrário do preço oficial que é estabelecido pela Sonangol, cujo litro de gasolina custa em todo o país 160 kwanzas e o de gosóleo 135 kwanzas, no sector de Cafunfo a única bomba em funcionamento, ambos os derivados estão a ser vendido a 200 kwanzas o litro, uma situação que preocupa a população local.
Um bidon de 20 litros que antes custava 3200 kwanzas, agora está a ser comercializado a seis mil kwanzas, uma subida de preços que os populares dizem desconhecer as razões.
A população reclama que, a bomba “obriga” a compra do combustível acima de 20 litros. “Nem sempre a pessoa tem seis mil kwanzas para conseguir os 20 ou 25 litros, o que somos forçados a adquirir no mercado paralelo abaixo de 20 litros no preço de 300 kwanzas cada litro”, lamentou um dos populares.
Os populares falam em “esquema” por parte dos funcionários das bombas, por entenderem que “é uma subida exorbitante, pois, a forma como estão a tender combustível é seriamente estranha, pelo menos deviam estabelecer um preço fixo conforme a realidade das demais províncias do país, o que não acontece aqui”, referiu outro cidadão.
A falta de bombas como a Pumangol e Sonagalp, é apontada pelos habitantes de Cafunfo como sendo um dos factores da muita procura do produto e da especulação de preços. A população relata que, o Cuango, município sede, não tem nenhuma bomba de combustível com a capacidade para abastecer a região toda.
“As únicas que temos são privadas e de candongueiros, o único município que tem bomba oficial da Pumangol é o Xa-Mutebe, enquanto o Cuango depende apenas do Xa-Muteba”, disse a nossa fonte.
Para além do sector do Cuango, as populações dos municípios de Caungula, Lubalo e Cuilo, enfrentam a falta de combustíveis há vários anos, pois não existem nestas regiões bombas. A Rádio Angola esteve recentemente nestes municípios e constatou-se que, os seus moradores enfrentam noites escuras, incluindo as esquadras policiais devido a falta de iluminação pública.
De acordo com os munícipes, é urgente a tomada de medidas aos comerciantes de combustíveis que praticam os preços não estabelecidos pelas instituições vocacionadas para o efeito. “Aqui tudo está difícil, os comerciantes é que definem os preços ao seu belo prazer”, lamentam.
Com vista a travar o “egoísmo destas pessoas”, dizem os populares, o governo deve intervir para que sejam baixados os preços dos combustíveis. À reportagem da Rádio Angola, os habitantes de Cafunfo referem que a Vila rica em diamantes, nunca beneficiou de energia da rede pública e em consequência das noites escuras, os níveis de criminalidade têm aumentado de forma assustadora.
Na constatação feita pela nossa reportagem, as populações vivem com base de geradores para ter a iluminação às noites e puder ver programas televisivos. “A Vila de Cafunfo sempre às escuras como na época do colono português onde não havia geradores para todos e muitos quando conseguem os tais cinco litros de gasolina, têm de ligá-lo apenas à noite”, referiu um dos populares.