POPULAÇÃO AGASTADA COM PAGAMENTO DE PORTAGEM NA MATALA

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A população do sector do Kandjanguite e Matala estão agastadas com os pagamentos de portagem na ponte que liga os municípios da Jamba e Kuvango a província do Kuando Kubango.

Texto de Jesus Domingos

“Aqui pagamos todos os dias 50 kwanzas cada mota, e isso cansa. Até nós, alunos, pagamos. Será que vamos continuar mesmo a pagar? Isso está mal porque aqui não tem escola do segundo ciclo e estudamos, mas temos que se esforçar para arranjar gasolina e também 50 para pagar na portagem”, disse João António, estudante do liceu 1068 da Matala.

Segundo informações de um funcionário sob anonimato, por dia arrecadam entre 45 a 50 mil kwanzas, adiantando que os valores são entregues ao chefe. Também avançou que os únicos que não pagam são os funcionários da administração municipal mas os professores que leccionam nestas circunscrições pagam também.

Em contacto com o agente da Polícia Nacional que estava a trabalhar na última sexta-feira, disse-nos com um sorriso: “Se até o Tyipingue paga, é mais o povo”.

“Todos os dias saio daqui para ir à Matala, mas quando penso no 50 Kwanzas e na gasolina às vezes desisto”, disse Mário Cativa, morador do Micosse.

Segundo informações prestadas à Rádio Angola pelo administrador Miguel Paiva Vicente, o valor arrecadado pela cobrança é depositado na caixa do tesouro, medida aprovada na reunião do conselho de auscultação e aprovado pelo governo provincial.

Diante desta situação, Calei Jaime lamentou: “Os alunos já fazem muito para ir à Matala e essa portagem não está a ajudar ninguém. A ponte está suja e também tem uns quilómetros sem reabilitação, parece é uma forma de nos roubar mais”, rematou.

A ponte permite a circulação de pessoas e bens, “mas quando se chega ao extremo de cobrar portagem… devia se pensar muito bem principalmente pelos alunos e funcionários”, disseram, e admitiram que “deviam cobrar aos mototaxistas, táxis e criar identificação para os mesmos e devia se prestar relatório mensalmente onde foi esse dinheiro, como se utilizou”.

“Quem paga os tais cobradores e quem meteu essas casotas de chapas ou cabines onde eles ficam e com qual dinheiro se o dinheiro vai à caixa do tesouro”, questionou Hilário Nduva.

Tentamos entrar em contacto com o responsável pelas cobranças mas este negou falar alegando não querer ser conotado. A barragem hidroeléctrica da Matala funciona desde a época colonial, mas de 2008 a 2015 sofreu obras de reabilitações, o que é utilizado como justificativo para cobrança pois alegam que este dinheiro servirá para futuras modelações.

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