POLÍCIA DE CABINDA PRENDE FAMÍLIA DE ACTIVISTA PELA INDEPENDÊNCIA

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A Polícia Nacional em Cabinda deteve Madalena Marta Zovo Gimbi, de 18 anos, irmã do activista pela independência do território Maurício Gimbi, presidente do recém-criado Movimento Independentista de Cabinda (MIC), e também prenderam o seu cunhado João Nzau Mambimbi, marido da irmã, para além de outro membro do movimento, António Vítor Turma.

Texto de Rádio Angola | Actualização

Segundo Gimbi, agentes da polícia local detiveram a sua irmã e cunhado em substituição dele mesmo, como reféns, até que o activista se entregue às autoridades. Marta Gimbi foi agredida pelos agentes, enquanto a irmã mais velha viu, para além de o marido ser detido, levarem os telemóveis, sem quaisquer mandado.

A polícia tem estado a procurar Maurício Gimbi, que está à frente da organização de uma manifestação marcada para o dia 1 de Fevereiro, dia da celebração do Tratado de Simulambuco. “Os policiais angolanos invadiram a casa dos meus pais, encontram a minha irmã de 18 anos sozinha, bateram nela e a detiveram arbitrariamente, levaram com eles também o Nelinho Turma que já estava algemado”, denunciou Gimbi.

“Não me encontraram [e] acharam por bem levar a minha irmã”, escreveu Gimbi na sua página do Facebook, tendo acrescentado: “Não sou fugitivo. Se a polícia pretende me contactar estou disponível para prestar qualquer declaração. O MIC nao está escondido”.

Não é sabido ainda a localização de Marta, Nelinho e o cunhado de Maurício, nem o estado físico dos mesmos. Gimbi exige a libertação dos seus familiares imediatamente, e questiona se “afinal de contas estamos em um estado democrático e de direito ou não?”

MANIFESTAÇÃO ANTECIPADA PARA AMANHÃ

Perante as “detenções arbitrárias e selváticas”, a direcção do MIC decidiu antecipar a “marcha pacífica contra a colonização angolana, a favor da autodeterminação e independência de Cabinda para amanhã, dia 29, tendo como ponto de concentração e de partida a Paragem do Yema, às 10h00, onde vai marchar de forma pacífica e destemida até a DIPIC actual SIC, na Nissan”.

Recordar que o governador provincial de Cabinda, Eugénio Laborinho, deixou claro ao advogado e activista Arão Bula Tempo que não permitirá quaisquer manifestações no enclave por acreditar que “actos do género causam balbúrdia no seio da cidade”, palavras que tem cumprido integralmente reprimindo as iniciativas de protestos anunciadas por activistas, como ocorreu no dia 10 de Dezembro e a 11 de Agosto do ano passado.

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