PGR: Um plano macabro – Nuno Álvaro Dala
As aventuras criminosas da gangue liderada por Beato Manuel Paulo, Procurador-Geral Adjunto da República, assumiram recentemente contornos macabros inacreditáveis.
A 9 de Fevereiro do ano em curso, Beato Manuel Paulo reuniu-se, nas instalações da Procuradoria-Geral da República, com um grupo de procuradores para tratar de uma nova estratégia de bloqueio e neutralização dos cidadãos Francisco Yoba Capita (empresário) e Cláudia Monteiro de Araújo (procuradora e esposa daquele). Os referidos magistrados são os mesmos que têm dado cobertura às acções imorais e criminosas de Beato Manuel Paulo, o qual, enquanto testa-de-ferro do Procurador-Geral da República, tem agido com a complacência e o beneplácito deste.
Na reunião, o grupo discutiu novas formas de bloquear e neutralizar Francisco Yoba Capita. Na verdade, desde que o cidadão passou a receber atenção de activistas de Direitos Humanos, aumentou consideravelmente a frequência com que Beato Manuel Paulo e seus comparsas (procuradores e outros sujeitos) têm-se reunido. Um método antes discutido consistia em os capangas do magistrado-gânguester seguirem FranciscoYobaCapita na via pública e desencadearem um aparatoso acidente que, se não o matasse, o deixaria inválido. Daí, a gangue de Beato Manuel Paulo teria caminho livre para locupletar-se do património do empresário. Porém, a intervenção de activistas de Direitos Humanos fez a gangue recuar e rever a metodologia inicial.
Assim sendo, na noite de quarta-feira, 12 de Fevereiro, Beato Manuel Paulo, José Manuel Carvalho, Artur Constantino dos Santos e outros reuniram-se na Fazenda de José Ricardo Tchiwana (coronel da UGP [Unidade da Guarda Presidencial]), localizada no Benfica. Na reunião foi adoptada uma nova metodologia de acção.
PRIMEIRO PASSO: A INCRIMINAÇÃO
Notando as complicações de matarem a tiro Francisco Yoba Capita, pois, segundo o raciocínio da quadrilha, tal criaria um tremendo escândalo que seria denunciado por activistas de Direitos Humanos, os integrantes optaram pelo forjamento de uma situação que, pela sua natureza e gravidade, levaria à imediata detenção e prisão de Francisco Yoba Capita, que seria levado a um estabelecimento prisional, onde, pouco tempo depois, seriam criadas as condições para o passo seguinte da estratégia de bloqueio e neutralização do cidadão em causa.
SEGUNDO PASSO: O ENVENENAMENTO
Estando Francisco Yoba Capita encarcerado num estabelecimento prisional, a quadrilha de Beato infiltraria um assassino profissional que, fazendo-se passar por criminoso, seria colocado na cela de Francisco Yoba Capita. O assassino – que já antes matou pessoas a soldo – aproximar-se-iado empresário. Os dois criariam laços que, uma vez evoluídos em amizade, permitiriam ao assassino envenenar Francisco Yoba Capita, cuja morte seria oficialmente explicada pelas autoridades como decorrente de doença típica de pessoas presas.
O PAGAMENTO
O assassino contratado pela quadrilha de Beato Manuel Paulo já foi pago. Recebeu a quantia de KZ 15 000 000 00 (quinze milhões de kwanzas) e está à espera que o primeiro passo da estratégia da quadrilha seja consumado para entrar em acção.
O pagamento adiantado ao assassino a soldo demonstra tanto a certeza da quadrilha em consumar o seu objectivo macabro como o estado de aflição, desespero e pressa da mesma em livrar-se do empresário, que passou a ser um alvo a abater.
A PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA É UMA INSTITUIÇÃO SÉRIA?
Os artigos de investigação que tenho publicado em diversos meios, e sob diversas formas, demonstram indubitavelmente que a Procuradoria-Geral da República é uma instituição tutelada e controlada por magistrados gânguesteres.
Em condições normais, Hélder Fernando Pitta Gróz, Beato Manuel Paulo, José Matamba Armando, António BinzaQuilobo e outros magistrados estariam exonerados e a ser alvos de processos disciplinares e processos-crime. Antes, pelo contrário, estes magistrados corruptos e venais continuam a progredir na carreira, como se fossem gente impoluta. Um exemplo é a nomeação de Beato Manuel Paulo para exercer funções na Câmara Criminal do Tribunal Supremo, como consta da Deliberação Nº 11/19, do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público.
É incompreensível que a Procuradoria-Geral da República continue a ser gerida por gente corrupta e altamente perigosa.