No Dia da Paz e Reconciliação Nacional: Comandante da Divisão de Luanda da Polícia impede actividade dos “Revús”

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Um grupo de actvistas cívicos viu “barrado” o encontro de reflexão que estava agendado, nesta terça-feira, 4 de Abril, “Dia da Paz e Reconciliação Nacional”, em saudação aos 15 anos do fim do conflito armado, por agentes da Polícia Nacional alegadamente orientados pelo Comandante da Divisão de Luanda, Estanislau Ruben.

Fonte: Radio Angola

A actividade segundo os promotores, visava tão somente reunir no espaço um painel de reflexão em torno da unidade e reconciliação de todos os angolanos, sob lema: “Reconciliação sem Exclusão”, cujo local escolhido foi o Largo da Escolas, em Luanda.

Os jovens actvistas que “condenam” à acção da Polícia Nacional que para eles “demonstrou mais uma vez que não é republicana”, afirmaram à Rádio Angola que o acto foi comunicado atempadamente ao Governo Provincial de Luanda, pelo que “não entendem as motivações dos homens da farda azul à “insurgirem-se” contra uma reunião de jovens pacíficos.

Em declarações à Rádio Angola, o activista Francisco Mapanda, também conhecido por “Dago Nível Intelecto”, descreveu as circunstâncias em que o encontro terá sido inviabilizado por elementos da corporação, supostamente orientados pelo Comandante da Divisão de Luanda, identificado por Estanislau Ruben, que no relato do Dago “é o mesmo comandante que mandou soltar os cães que morderam os activistas na última manifestação”.

“Na verdade fomos impedidos de realizar o acto que estava previsto para o Largo das Escolas, no período das 10h à 12h, e sem justificação para que não realizássemos, isto depois da nossa concentração”, contou Dago Nível.

O activista conta que o grupo surpreendido com aparato policial “desproporcional” com cães, agentes armados com intuito de impedir a reunião, que de acordo Dago Nível “era apenas de carácter lúdica e reflexiva”. “Nós pretendíamos nos encontrar na hasta pública e discutirmos em torno da paz e da reconciliação nacional que temos, pois sabemos que a reconciliação em curso tem sido exclusiva e não tem havido inclusão”, referiu.

“Isso como é uma ditadura, eles usaram a força da intimidação sem argumento nenhum, e tendo em conta a data, decidimos não partir para a desobediência civil e vincular o dia da paz à violência”, disse Francisco Mapanda “Dago Nível”, para quem “o grupo entendeu sair do local e congregar-se na Casa da Juventude”.

Laurinda Gouveia, outra activista promotora do encontro de reflexão: “Reconciliação sem Exclusão”, disse a esta Rádio que tinham sido convidados várias sensibilidades entre membros de partidos políticos, da sociedade civil, associações entre outros.

“Alguns já estavam presentes no Largo das Escolas, mas infelizmente a polícia como sempre, voltou a demonstrar que estamos numa ditadura”, lamentou Laurinda Gouveia.

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Radio Angola

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